Doenças não transmissíveis se tornam principal causa de morte no mundo, diz OMS

Doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, problemas respiratórios crônicos e de saúde mental se tornaram a principal causa de morte no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que estas e outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) ultrapassaram as doenças infecciosas e causam quase três quartos das mortes globais, com 41 milhões de vítimas a cada ano.

Nesta quarta-feira (21), a OMS divulga estatísticas inéditas e lança um portal de dados sobre o problema de saúde pública e fatores de risco associados. O relatório revela a escala atual da ameaça das doenças e também apresenta possibilidades de intervenções econômicas que, se aplicadas pelos países, podem mudar o panorama, salvar vidas e poupar gastos com saúde.

A OMS argumenta que combater os principais fatores de risco que levam a essas doenças pode prevenir ou adiar problemas de saúde significativos e um grande número de mortes por essas doenças.

No Brasil, as DCNTs são responsáveis por cerca de 75% das mortes, de acordo com as estimativas da OMS. As estatísticas apontam que a distribuição das causas de óbito se dividem no país entre: doenças cardiovasculares (28%), câncer (18%), condições transmissíveis, maternas, perinatais e nutricionais (14%), doenças respiratórias crônicas (7%), diabetes (5%) e outras DCNTs (17%).

O documento também apresenta a distribuição de fatores de risco ao desenvolvimento de doenças crônicas em cada país, como consumo de álcool, tabagismo, obesidade e sedentarismo.

Os dados revelam que o Brasil tem uma incidência de 13% de uso de tabaco entre a população com mais de 15 anos. De acordo com a OMS, a padronização da idade permite a comparação entre os países, e o uso de tabaco inclui mascar tabaco e diferentes formas de fumar tabaco.

No Brasil, a estimativa da prevalência do tabagismo em adolescentes e adultos com 15 anos ou mais também é de 13%.

O consumo total de álcool por pessoa é de 7,3 litros ao ano.

As DCNTs são um problema em todos os lugares, embora os padrões das doenças variem entre países e regiões. De acordo com a OMS, mais de três quartos de todas as mortes por por essas doenças ocorrem em países de baixa e média renda, o que as torna uma questão de equidade e desenvolvimento.

Entre as ações exigidas para mudanças efetivas no cenário das doenças crônicas não transmissíveis, a OMS cita vontade dos gestores, políticas públicas e intervenções, fortalecimento na prestação de cuidados de saúde e proteção de populações mais vulneráveis.

Confira alguns indicadores destacados no relatório da OMS:

Doenças cardiovasculares

1 em cada 3 mortes – 17,9 milhões de pessoas por ano
86% das mortes pelas doenças poderiam ter sido evitadas ou retardadas por meio de prevenção e tratamento
Dois terços das pessoas com hipertensão vivem em países de baixa e média renda
Quase metade das pessoas com hipertensão não sabem que têm a doença
Hipertensão afeta atualmente cerca de 1,3 bilhão de adultos de 30 a 79 anos
Câncer

1 em cada 6 mortes – 9,3 milhões de pessoas por ano
44% das mortes por câncer poderiam ter sido evitadas ou adiadas com a eliminação dos riscos à saúde
Doença de obstrução pulmonar crônica

1 em cada 13 mortes – 4,1 milhões de pessoas por ano
70% das mortes por doenças respiratórias crônicas poderiam ter sido prevenidas ou adiadas pela eliminação de riscos à saúde
Diabetes

1 em 28 mortes – 2 milhões de pessoas por ano
Mais de 95% dos casos de diabetes em todo o mundo são de diabetes tipo 2
Tabaco

8 milhões de mortes
Mais de um milhão de fumantes passivos

Com informações da CNN