No Rio Grande do Norte, 1.043 pacientes estão na fila de espera por transplantes de órgãos, segundo dados divulgados pela Central Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). A campanha Setembro Verde, lançada no último dia 1º no Hospital Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim, busca conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e promover solidariedade entre os potiguares.
Os números revelam a gravidade da situação: atualmente, dois pacientes esperam por um coração, 22 por medula óssea, 363 por rins e 656 aguardam córneas. Apesar dos avanços na área da saúde, a recusa familiar ainda é um dos principais obstáculos para a efetivação das doações. Segundo o Ministério da Saúde, apenas quatro em cada 14 pessoas que manifestam interesse em doar conseguem concretizar o ato.
Durante o evento de lançamento da campanha, o secretário de Saúde do RN, Alexandre Motta, destacou a importância da disseminação de informações corretas sobre o processo de doação. “Precisamos que as pessoas entendam o papel da solidariedade e da empatia nesse contexto. A doação salva vidas e transforma famílias”, afirmou.
Maria Pimentel, servidora do Hospital Deoclécio Marques, compartilhou sua experiência como mãe de um doador. Após perder o filho, ela optou por doar seus órgãos e teve a oportunidade de conhecer uma das pessoas beneficiadas. “Saber que os órgãos do meu filho estão ajudando outras vidas é um conforto indescritível”, relatou emocionada.
A Central Estadual de Transplantes do RN coordena a captação de órgãos em hospitais do estado e, quando necessário, organiza o envio para outras partes do Brasil, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil (Sesed) e a Força Aérea Brasileira.
A campanha Setembro Verde reforça que a doação de órgãos é um ato de amor e empatia que pode transformar vidas. Com mais informação e engajamento da sociedade, é possível reduzir as filas e oferecer esperança aos milhares que aguardam por uma segunda chance.