Covid pode matar entre 1 e 2 mi de pessoas na China em 2023, dizem especialistas

Especialistas entrevistados pela Associated Press preveem que a China deve registrar entre 1 milhão a 2 milhões de mortes por covid-19 no próximo ano, como consequência da reabertura abrupta e flexibilização de medidas a partir de 7 de dezembro. Apesar da projeção de mortes ao longo da pandemia ser complicada e influenciada por diversos fatores, a previsão da Associated Press considera como a reabertura pode influenciar o número de infecções com o país subvacinado e tendo pouca capacidade hospitalar.

Segundo documentos da Comissão Nacional de Saúde da China, obtidos pela Central News Agency de Taiwan, o país atingiu 248 milhões de infecções cumulativas entre 1º e 20 de dezembro, ou 17,5% da população, sendo 36,9 milhões de registros em um único dia, na última terça-feira (20). Os documentos também revelam que a Comissão espera uma escalada dos surtos epidêmicos nas próximas semanas, com algumas províncias atingindo pico de casos até o final de dezembro.
Em cidades e vilas da província de Hebei, repórteres da Associated Press viram unidades de terapia intensiva hospitalar sobrecarregadas por pacientes e ambulâncias sendo recusadas. Em toda a China, relatos generalizados de faltas no trabalho, escassez de remédios para reduzir a febre e funcionários trabalhando horas extras nos crematórios sugerem que o surto do vírus está generalizado.
A China pertence a um pequeno clube de países que conseguiu interromper a maior parte da transmissão doméstica do vírus em 2020, mas é o último a encerrar as restrições. As experiências de encerramento variam: Cingapura e Nova Zelândia alcançaram altas taxas de vacinação e reforçaram os sistemas médicos durante as restrições, conseguindo reabrir de forma relativamente tranquila. Hong Kong – onde a Ômicron superou as defesas enquanto muitos idosos não eram vacinados – sofreu uma onda disruptiva de covid-19 em 2022 e registrou quase 11 mil mortes, sendo que pessoas com mais de 60 anos representaram 95% das vítimas fatais. (Com agências internacionais).
 
Estadão Conteúdo