Fiscais do trabalho resgatam 30 trabalhadores em situação análoga à escravidão na região de Mossoró

Mais de 30 trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em atividades de extração de folhas, pó da carnaúba, pedras paralelepípedos e de sal marinho, na região de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

De acordo com o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), coordenado por auditores-fiscais do trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), a operação iniciada no último dia 15 de novembro, verificou dez estabelecimentos, sendo, duas frentes de trabalho em áreas de Carnaúba, na cidade de Upanema; uma pedreira, na cidade de Felipe Guerra; duas salinas, na cidade de Grossos; além de quatro caieiras, na cidade de Governador Dix Sept Rosado.
Em quatro desses estabelecimentos, foram constatados operários em condições análogas às de escravos. 20 trabalhadores foram resgatados em áreas com Carnaúba, 4 trabalhadores na pedreira e 6 na salina.
O GEFM realizou o resgate (como se chama o afastamento de trabalhadores submetidos a condições degradantes de trabalho) dos 30 trabalhadores em razão das péssimas condições de trabalho, vida e moradia encontradas. Parte dos trabalhadores estavam alojados em barracos de lonas (04) e outros em barracos de madeira (06); alguns pernoitavam em alpendres improvisados (02); e a maioria ficavam no meio do mato, embaixo de árvores (18).Todos os locais disponibilizados não apresentavam condições de habitabilidade e conforto, além de desrespeitar a dignidade dos trabalhadores.
Segundo a fiscalização, não foram fornecidas camas e, para descansar, os trabalhadores só dispunham de redes que trouxeram de suas casas e também não havia armários para guarda de seus pertences. Nos locais de alojamento, e nas frentes de serviços, não havia instalação sanitária, chuveiro, lavatório ou lavanderias. Também não havia local para o preparo, guarda e cozimento dos alimentos, tampouco local adequado para a tomada de refeições. Além disso, foi constatado que não foi disponibilizada água potável para o consumo dos trabalhadores.
Tribuna do Norte