Os motoristas natalenses, especialmente aqueles que trafegam entre a zona Norte e as demais regiões da cidade, precisarão estar atentos a partir do dia 18. Com os bloqueios, será necessário escolher vias alternativas para o deslocamento. Por outro lado, aqueles que utilizam o transporte público podem ter incremento na oferta de mobilidade
De acordo com o secretário-adjunto de Mobilidade, Walter Pedro, a Prefeitura abriu diálogo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para ampliar o serviço durante as intervenções. “A CBTU ainda não oficiou que pode fazer isso, mas ela está fazendo uma tentativa de aumentar o número de viagens do trem urbano. Isso já é outra opção”, destaca. Em relação aos ônibus há ainda a possibilidade de implantação de uma linha circular ligando a cabeceira da ponte ao Viaduto da Urbana.
“Seria uma alternativa para dar uma velocidade melhor, mas ainda estamos na fase de discussão. Acredito que até quarta-feira, tenha algo definido sobre isso com o Seturn. O mais importante é que a gente vai fazer um trabalho nos grandes corredores para que o ônibus não se enganchem porque tecnicamente a gente não vai mudar o itinerário dos ônibus. A liberação da Felizardo para os ônibus é para não atrasar o tempo de viagem”, diz Walter.
O secretário adjunto de Trânsito, Walter Pedro, diz que a tendência é que a população vá se adequando aos poucos à nova rotina. “Ela vai entender qual é o melhor trajeto e vai se adaptar. A gente sabe que vai ter transtorno, como disse o prefeito Álvaro Dias, não se faz uma omelete sem quebrar os ovos, mas a ideia é que isso seja mitigado conforme a obra for andando”, comenta.
A obra avaliada em R$ 43 milhões conta com recursos do Governo Federal via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Outros R$ 20 milhões também já garantidos para a complementação do projeto. Ele diz, ainda, que a obra foi “resgatada” oriunda do pacote da Copa de 2014. A Prefeitura também entrou com 20% dos recursos.
A TRIBUNA fez um dos trajetos sugeridos pela Prefeitura,, pela rotatória do Parque dos Coqueiros, com origem no acesso ao Aeroporto (sentido Ceará-Mirim/Natal) e destino na Ribeira, onde está localizada a sede do jornal, na Avenida Duque de Caxias. O tempo do percurso sem trânsito foi de 1 hora e 5 minutos.
Comércio da região teme perdas com interdição
Pequenos e médios comerciantes que trabalham na Avenida Felizardo Moura temem fechamentos, demissões e falências durante o período em que a via permanecerá fechada por causa da obra de reestruturação urbana. De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU), a previsão é de que os serviços de pavimentação e drenagem da Felizardo Moura durem cerca de nove meses e a adequação do Viaduto da Urbana também leve nove meses para ser concluída.

Márcio Mendonça investiu em um negócio na área afetada
Os empreendedores são unânimes em reclamar da falta de comunicação. Márcio Mendonça vê o sonho da vida indo por água abaixo. Ele conta que investiu R$ 700 mil para abrir uma loja de veículos às margens da Felizardo Moura há dois meses. “Não chegou ninguém aqui para dizer que iria fechar assim ou assado, nem por quanto tempo. A gente não tem como sobreviver, ainda mais que acabamos de sair de uma pandemia, aí já vamos ter que fechar de novo?”, argumenta.
Mendonça diz que estuda acionar a Justiça contra o Município. “Tenho seis funcionários aqui e aí? Como é que fica? Investi o que tinha e o que não tinha. É um absurdo, fiquei sabendo da obra pelo boca a boca, pela imprensa. O comércio depende da circulação de pessoas, sem a circulação não tem como ter giro. Preocupa não só pelo meu comércio porque muitos aqui vão ter que fechar, demitir, a gente não pode fechar assim, sem mais nem menos”, diz.
Há também quem já estuda mudar temporariamente de ramo para complementar a renda familiar. Jovanilson da Silva é torneiro mecânico e prevê prejuízos irreparáveis. “Não sei nem o que vou fazer, nem parei para pensar nisso. Se não vai poder entrar carro, como é que o cliente vai chegar? As peças que trabalhamos são tudo de grande porte, vai ser uma dificuldade. Tô pensando em colocar uma lanchonete aqui para vender lanche para os trabalhadores”, desabafa.
Jovanilson também fica apreensivo em relação a uma possível fuga de clientes. “O cliente não vai poder chegar aqui e vai procurar outro canto, mas depois [da obra] ele não vai voltar. Isso também vai prejudicar muito, não só a mim, mas também para os funcionários que trabalham aqui. Não veio ninguém aqui falar com a gente, foi tudo sem avisar”, comenta.
Sobre a reclamação dos comerciantes, o secretário adjunto de Trânsito, Walter Pedro, informou que não houve comunicação prévia porque precisava acertar todos os detalhes com as entidades envolvidas. “Precisávamos ter o projeto fechado para conversar com eles. Estamos vendo até onde a gente pode ir, até onde o cliente poderá passar. O transtorno faz parte, o que a gente quer é mitigar isso dentro das condições de segurança, sem comprometer o andamento da obra”, afirma.
Além da construtora GCR Construções, que venceu o edital de contratação, a obra vai englobar também a Secretaria de Infraestrutura de Natal (Seinfra), Neoenergia Cosern, Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Caern), empresas de telefonia e internet, Departamento de Estradas e Rodagens (DER-RN), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Na última sexta-feira (9), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio-RN) mediou discussão entre empresários e STTU.
“A Fecomércio RN recebeu uma demanda dos empreendedores da região, que tinha interesse em conhecer detalhes da obra. Nosso papel foi intermediar essa conversa entre a Prefeitura, representada pela STTU e empresários, entender melhor e ver o que pode ser feito para mitigar os impactos. Todos são a favor da obra e a Fecomércio RN está cumprindo o papel de interlocutora”, declarou o diretor de Inovação e Competitividade, Luciano Kleiber,
No encontro a secretaria disse que estuda abrir parcialmente faixas da Felizardo Moura para passagem de veículos de passeio durante a obra. Inicialmente, a secretaria anunciou que o acesso à avenida será exclusivo para ônibus do transporte público, táxis e veículos oficiais, mas agora já admite também a possibilidade de aberturas pontuais fora dos horários de pico para que comerciantes possam, por exemplo, descarregar e carregar mercadorias.
Desvios
Acesso à zona Sul
*Entrada pelo Acesso Sul do Aeroporto pela Rodovia Humberto Pessoa até a rotatória, de onde será possível chegar até o Centro de São Gonçalo do Amarante;
*Ao chegar na rotatória, o condutor terá a opção de pegar a BR-304 até chegar a Macaíba.
*Por esses dois caminhos será possível chegar a bairros como Ponta Negra, Neópolis e Cidade Satélite, por exemplo. Uma outra alternativa para chegar à zona Sul é entrar pela RN-160 em direção ao Amarante, no viaduto do Gancho.
Acesso à Ponte Newton Navarro
*O bloqueio da rodovia começará na altura do viaduto da João Medeiros Filho. Até lá, os motoristas que terão duas opções:
*O primeiro é na altura da rotatória do Parque dos Coqueiros. De lá, é possível seguir em direção a Extremoz pela BR-101 Norte, passando pelo bairro de Lagoa Azul até dobrar à direita em direção à ponte pela Moema Tinoco;
*Seguindo pela Avenida Tomaz Landim, a alternativa é entrar pelo gancho de Igapó, após o Nordestão, pegar a Rua Presidente Médici e em seguida a Avenida das Fronteiras. Pela via é possível acessar a ponte nova pelas avenidas Paulistana ou Maranguape, por exemplo;
*A última opção é entrar na Av. João Medeiros Filho pelo Viaduto da Tomaz Landim.
Acesso à zona Norte
*O escoamento do tráfego poderá ser feito pelos bairros Alecrim, Lagoa Seca, Cidade Alta, Petrópolis, Mãe Luíza, Ribeira, Rocas e Santos Reis. No entanto, todos pegam a Ponte Newton Navarro:
*Rota 1: Av. Coronel Estevam (Av. 9), Rio Branco, Duque de Caxias e Prof. José Melquíades;
*Rota 2: Av. Coronel Estevam (Av. 9), Rio Branco, Rua Juvino Barreto e Rua Miramar;
*Rota 3: Av. Prudente de Morais, Getúlio Vargas e Presidente Café Filho (Via Costeira);
*Rota 4: Av. Hermes da Fonseca, Getúlio Vargas e Via Costeira;
*Rota 5: Av. Hermes da Fonseca, Joaquim Manoel, Duque de Caxias e Av. Prof. José Melquíades.