Orçamento para obras em Felipe Camarão deve sair esta semana

A Secretaria de Infraestrutura de Natal (Seinfra) deve definir nesta semana o orçamento emergencial para as obras nas crateras e drenagens no bairro Felipe Camarão, zona Oeste da cidade, em razão das recentes chuvas que ocorreram na capital desde o começo do mês. A solução do problema ainda deve demorar de dois a três meses, segundo a pasta. Neste final de semana, as chuvas voltaram a gerar transtornos no bairro e outras duas crateras se abriram na Rua Mirassol.

Aliado a isso, a solução paliativa na rua, com enchimento de areias e colocação de lonas na cratera, foi ligeiramente danificada em razão das chuvas no último sábado (16), na capital, o que provocou pequenos deslizamentos de terra.
“Eles fizeram o serviço, colocaram uma ‘ruma” de areia aí. Nâo fizeram o encanamento. Quando deu a chuva no sábado, já levou a areia e arrombou de novo. Desde quarta que eles não vêm aqui. Seis dias”, comenta o morador Wellington Freire, 37 anos.
“Dos 100% que tínhamos feito, cerca de 30% a chuva levou. Apesar de coberta a cratera com lonas, a chuva foi intensa em Felipe Camarão e derreou o material. Estamos fazendo o projeto do canal de drenagem para uma solução para evitar desmoronamentos maiores”, comenta o secretário de Infraestrutura de Natal, Carlson Gomes.
A pasta terá reuniões ao longo desta semana para definir qual será o orçamento para as obras emergenciais em Felipe Camarão. “O problema ali, em 90% das casas, era ligações clandestinas, que foi o motivo maior. Lá em cima também foi isso. Como ali é um problema maior e vamos não só recuperar aquele trecho da Rua Mirassol, vamos fazer a drenagem da outra parte de cima também, vamos recuperar aquela rua como um todo. Vamos fazer os orçamentos e custos e provavelmente teremos até sexta-feira. Será contrato emergencial”, apontou Carlson Gomes.
Com relação aos prejuízos gerais com as chuvas, a prefeitura estimou em cerca de R$ 28 milhões, valor que foi solicitado à Secretaria Nacional de Defesa Civil para obras no sistema de drenagem de, afundamento de asfalto, alagamentos e famílias desabrigadas.
Segundo Gomes, além de Felipe Camarão, as situações mais graves em Natal foram nas avenidas Nossa Senhora do Ó, em Igapó, e na avenida Mar do Norte, em Pajuçara, zona Norte, com crateras.
Nestes casos, o conserto dessas ruas será feito com contratos de conservação de avenidas fechados pela prefeitura do Natal para os próximos seis meses, com quatro empresas para cada zona administrativa da cidade. Juntos, os contratos somam R$ 6 milhões.
Chuvas
O Sistema de Monitoramento da Empresa de Pesquisa Agropecuário do Rio Grande do Norte (Emparn) registrou chuvas em todos as regiões do Estado no final de semana. Os maiores acumulados registrados entre às 07h da sexta, até a manhã desta segunda (18) no mesmo horário, foram de 71,3mm em Natal, 54,9 mm em Parnamirim, seguido por 16,8mm em Brejinho, 7,0 em Angicos e 0,4mm em Jucurutu.
De acordo com a análise do chefe da unidade de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, as águas superficiais do oceano Atlântico seguem aquecidas e associada a condição do vento há um cenário favorável para ocorrência de chuvas, mas de baixa intensidade. “As águas do Atlântico estão em torno de 1ºC, 1,5ºC acima do normal, o que provoca maior evaporação e aumento da umidade que ao combinar com os ventos de sul, ocasionam as chuvas nessa época do ano no Litoral e Agreste”, explicou.
A previsão para a semana é de céu com poucas nuvens nesta segunda, e de terça (18) a domingo (24), céu parcialmente nublado a claro em todas as regiões, com possibilidade de pancadas de chuvas na terça, no litoral, na quinta e sexta, no Litoral e Agreste Potiguar e domingo no Litoral.
Alternativas
Principal bairro afetado com as chuvas, os moradores de Felipe Camarão ainda calculam os estragos causados pelas chuvas e as crateras e em alguns casos, avaliam deixar o bairro em definitivo que moraram a vida toda por medo de novos desastres.
O autônomo Wellington Freire, 37 anos, que possui um comércio na rua Mirassol e duas casas disse que o pai ficou “desgostoso” com os desastres causados pela chuva e avaliam vender o apartamento.
“Meu pai está desgostoso, tem problemas de depressão. Ficou complicado pra ele. Ele está pensando em vender depois disso. Já moramos aqui há 30 anos”, citou.
Mesmo pensamento tem a dona de casa Erineide Lopes, 51 anos, que mora em Felipe Camarão há 30 anos. “Estou pensando em sair daqui, porque sempre que chove abre mais. Estão colocando só areia e não ajeita. Tenho medo de se estender para perto da minha casa”, disse.
A última atualização da Secretaria Municipal de Defesa Civil de Natal contabilizou 41 interdições na capital, 90 pessoas desalojadas e três desabrigados. A estimativa é que 1.800 famílias tenham sido afetadas direta ou indiretamente pelas chuvas, estando 400 dessas famílias em situação de desalojamento.
Serviços
A Seinfra informou que três das principais avenidas da cidade, Felizardo Moura, Jerônimo Câmara e Alexandrino de Alencar, estão recebendo serviços de manutenção de sua infraestrutura asfáltica ao longo desta semana.
As vias estão recebendo uma aplicação de asfalto em  trechos mais comprometidos. “É um trabalho que iniciamos na semana passada e que terá continuidade agora. Sempre priorizando as vias de maior fluxo de veículos e ônibus do nosso transporte público”, enfatizou o secretário Carlson Gomes, titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura.
Outras ruas também receberam manutenção nos bairros do Planalto, Leningrado, Mirassol, Felipe Camarão e Igapó. Todas com manutenção de vias pavimentadas também com paralelepípedos.