Tite aprova grupo do Brasil e vibra com estreia mais tarde na Copa

A comissão técnica da seleção brasileira ficou satisfeita com o sorteio dos grupos para a Copa do Mundo do Catar, que colocou Sérvia, Suíça e Camarões no caminho do Brasil na primeira fase. Com um único jogo diante de europeus no atual ciclo, Tite terá na fase de grupos duas seleções daquele continente que precisou encarar no Mundial de 2018 – e, portanto, já com algum conhecimento. De quebra, o Brasil fará sua estreia apenas no último dia reservado para a primeira rodada, o que dará mais tempo para treinamentos.

“Expectativa, mas novidade não é, em termos de nomes. Claro, com um acompanhamento maior e o objetivo na seleção brasileira”, disse o técnico logo após o sorteio, em entrevista ao SporTV. “Se pegar os resultados, a eliminação da Itália e de Portugal, com Suíça e Sérvia, traz (um alerta), e também a equipe de Camarões, que é muito forte na escola africana.”

A “eliminação” a que Tite se refere diz respeito às Eliminatórias Europeias. A Itália perdeu a vaga direta no grupo que classificou a Suíça, enquanto Portugal foi superado pela Sérvia. Os portugueses acabariam buscando a classificação na repescagem, enquanto os italianos ficaram pelo caminho.

“Assisti ao jogo da Suíça, foi um jogo logo depois do nosso nas Eliminatórias. Era o jogo contra a Itália, fez 1 a 0 no início, teve perto de fazer 2 a 0, mas levou o empate. Jogo de nível mundial, alto, também precisa ser alto o nível nosso. Tudo igual Só faltou a Costa Rica”, considerou Tite, lembrando do único adversário que acabou não sendo repetido da Copa de 2018.

Naquele ano, o Brasil estreou diante da Suíça e sofreu para empatar por 1 a 1. O resultado fez com que a seleção fosse para a rodada derradeira, diante da Sérvia, correndo o risco de ficar de fora das oitavas de final. Aquela jornada foi assimilada pela comissão técnica.

“A equipe tem que iniciar bem. A gente já tem essa experiência, (de ter) de iniciar bem, ter um nível de desempenho desde o primeiro jogo, para projetar e crescer na competição”, disse Tite, que ainda vibrou pelo fato de o Brasil ser uma das últimas seleções a estrear na Copa do Mundo do Catar. “Qualquer tempo que possa ter, de contato com os atletas, de treinamento, é uma vantagem.”

Um desejo do técnico Tite está muito próximo de se realizar para a Copa do Mundo do Catar: o aumento da delegação de 23 para 26 jogadores. Nesta sexta, antes do sorteio que definiu os oito grupos para o Mundial, técnicos das seleções já classificadas se reuniram para deliberar sobre o tema e aprovaram a medida. Falta agora a Fifa oficializar.

“Vão ser 26 atletas, todos eles no banco, participando”, afirmou o auxiliar Cléber Xavier, em entrevista ao canal SporTV. “E está liberado, quem quiser pode levar 23, 24 ou 25. Não é uma obrigação levar os 26, e todos eles estão liberados (para compor o banco).”

O aumento do número de atletas vinha sendo pleito de algumas federações nacionais junto à Fifa há alguns meses, sendo que Tite sempre defendeu a medida. Um dos argumentos é minimizar possíveis impactos de desfalques por causa da covid-19. O outro é que a Copa no fim do ano terá apenas uma semana de preparação, o que poderá resultar em déficit na preparação física de atletas

A comissão técnica conta com esse aumento também como forma de aumentar as possibilidades táticas da equipe. Com três jogadores a mais, Tite poderá levar jogadores de ataque com características diferentes, e terá mais liberdade para definir a lista de armadores da seleção.

Por outro lado, o aumento para 26 jogadores tende a ser um obstáculo extra a seleções de países menores ou menos cotadas para a Copa, uma vez que a quantidade de jogadores “selecionáveis” costuma ser menor do que a das equipes da elite do futebol mundial.

Seleção brasileira tem de quebrar tabu
São Paulo (AE) – O Brasil retornou ao topo do ranking da Fifa na quinta-feira. Cinco anos depois, a campanha praticamente perfeita nas Eliminatórias garantiu à seleção brasileira o lugar mais alto da lista. No entanto, os torcedores mais supersticiosos podem estar preocupados com a notícia. Isso porque nunca na história da competição o líder do ranking da Fifa venceu a Copa do Mundo. A França não estava no topo da relação em 2018 quando se sagrou campeã do mundo na Rússia.

A Fifa estabeleceu o ranking há cerca de 30 anos, em agosto de 1993. Na ocasião, a entidade levou em consideração apenas os resultados dos últimos 12 meses para ranquear as seleções. A Alemanha, que havia sido campeã na Copa do Mundo de 1990, na Itália, estreou na primeira colocação, com 58 pontos. O Brasil, que lutou até a última rodada das Eliminatórias por uma vaga, figurava em oitavo, com 54.

Dois dias antes da estreia do Mundial dos Estados Unidos, em 1994, a Alemanha manteve a ponta, aparecendo com 60 pontos. Porém, o time de Klinsmann, Völler e Matthäus acabou sendo surpreendido pela Bulgária – principal zebra da Copa – e caiu nas quartas de final após derrota por 2 a 1, de virada. Na mesma fase, o Brasil, que começou o torneio em terceiro no ranking, bateu a Holanda, vice-líder, e veio a conquistar o tetracampeonato.

Embalado pelos títulos da Copa do Mundo e a recém-conquista da Copa América, em 1997, o Brasil foi com moral elevado para o Mundial da França, em 1998. Então líder do ranking da Fifa, com 72 pontos, a seleção brasileira fazia grande campanha até sofrer dura derrota por 3 a 0 na final para os donos da casa, comandados por Zinedine Zidane. Os franceses, que conquistavam seu primeiro título, apareciam apenas na 18ª colocação antes do torneio.

A França fez roteiro semelhante ao do Brasil depois de conquistar o Mundo. Campeão da Eurocopa dois anos antes, eram um dos favoritos ao título na Copa de 2002, na Coreia do Sul e Japão. Líderes do ranking antes do início do Mundial, com 802 pontos, a caíram ainda na fase de grupos.

Brasil encara rivais da Copa de 2018 na fase de grupos
São Paulo (AE) – A seleção brasileira conheceu nesta sexta-feira, em sorteio realizado em Doha, quais serão os seus primeiros adversários na Copa do Mundo do Catar, que será disputada entre novembro e dezembro. O time comandado pelo técnico Tite vai ter pela frente rivais que encarou no Mundial da Rússia, há quatro anos, como Sérvia e Suíça. A seleção de Camarões completa o Grupo G.

A estreia será contra os sérvios no dia 24 de novembro. O jogo seguinte, diante da Suíça, está marcado para o dia 28. O Brasil encerrará sua participação na fase de grupos no dia 2 de dezembro, contra Camarões, rival que enfrentou e venceu na primeira fase das Copas de 1994, nos Estados Unidos, e de 2014, em casa.

A seleção vai rever, portanto, dois adversários que encarou nos gramados da Rússia, sob o comando de Tite. Há quatro anos, a Suíça foi o rival de estreia dos brasileiros, numa partida difícil e mais equilibrada do que se esperava. O jogo terminou com placar de 1 a 1. Em 2018, contra os sérvios, a vitória foi por 2 a 0. Apesar do tropeço contra a Suíça na estreia, o time nacional terminou em primeiro lugar do grupo.
Contra a seleção de Camarões, o retrospecto brasileiro gera maior otimismo. Em 1994, o Brasil venceu por 3 a 0. Duas décadas depois, o placar foi de goleada por 4 a 1 para a equipe nacional, diante de sua torcida.

Se confirmar o favoritismo e avançar ao mata-mata da Copa, o Brasil enfrentará nas oitavas de final um rival que virá do Grupo H, encabeçado por Portugal. É possível, portanto, um duelo entre a seleção e o time de Cristiano Ronaldo, que se classificou na repescagem. Outros potenciais adversários são o tradicional Uruguai, a seleção Gana e a Coreia do Sul.

Com o sorteio, o Brasil escapou de rivais de peso, como Alemanha e Holanda, já na primeira fase. Os alemães, tetracampeões mundiais, estão na chave E, o chamado grupo da morte, por reunir ainda a Espanha, campeã mundial em 2010, Japão e uma seleção ainda não definida, que sairá da repescagem internacional, em junho. A última vaga desta chave ficará entre Costa Rica e Nova Zelândia.

O grupo, portanto, vai reservar um grande duelo entre alemães e espanhóis já na fase inicial. Será uma reedição de uma das semifinais da Copa do Mundo de 2010 e também da decisão da Eurocopa de 2008.

Outras chaves equilibradas são a C e a D. A primeira é encabeçada pela Argentina, que terá pela frente o mediano México e a boa Polônia, além da limitada Arábia Saudita. O grupo reserva um duelo entre Lionel Messi e Robert Lewandoswki, que protagonizaram certa rivalidade por prêmios individuais nos últimos dois anos. O Grupo D terá a França como cabeça de chave. A atual campeã mundial vai enfrentar a Dinamarca, do meia Eriksen, a Tunísia e uma seleção vinda da repescagem internacional.

Inglaterra e Bélgica, outras seleções cabeças de chave no sorteio, terão caminho mais tranquilo rumo às oitavas de final. Os ingleses, no Grupo B, têm confrontos marcados contra Irã, Estados Unidos e outra seleção que ainda buscará a classificação na repescagem, desta vez, envolvendo apenas times europeus.

Os belgas, algozes do Brasil nas quartas de final da Copa da Rússia, vão encarar Canadá, Marrocos e Croácia, vice-campeã mundial em 2018, no Grupo F. A Bélgica entra no Mundial como uma das favoritas ao título, por ter liderado o ranking da Fifa durante quase todo este ciclo para a Copa do Catar – só perdeu o topo para o Brasil nesta semana. Há quatro anos, o time europeu ficou em terceiro, sua melhor colocação na história dos Mundiais

Tendo o país-sede como cabeça de chave, o Grupo A tem a Holanda como maior favorita. Os holandeses vão enfrentar o Equador, surpresa das Eliminatórias Sul-Americanas, o Senegal, do craque Sadio Mané e do goleiro Mendy, e o Catar. O jogo de abertura da Copa será justamente entre o time da casa e a seleção equatoriana, no dia 21 de novembro.

Imprensa de fora repercute grupo do Brasil na Copa
Jornais e sites pelo mundo repercutiram o sorteio da fase de grupos da Copa do Mundo do Catar nesta sexta-feira e destacaram a força da seleção brasileira, que estará na Chave G, com Sérvia, Suíça e Camarões. O tabloide sérvio Alo disse que o país “não poderia ter um rival mais difícil na estreia”, tratou o Brasil como “poderoso” e ainda cometeu uma gafe ao chamar a seleção de “karioka” (carioca).

O jornal Blick, da Suíça, lamentou o sorteio do grupo, mas não pela força do Brasil. “Depois dos incidentes na Copa do Mundo de 2018″, a Sérvia não é o oponente ideal. No esporte, no entanto, nada muda”. Já o site 20min disse que a seleção não teve sorte e também se mostrou preocupada com o confronto europeu.

O diário Olé, da Argentina, conhecido por lançar provocações, avaliou o Grupo da seleção de Lionel Messi e até projetou um possível encontro com os brasileiros nas semifinais ou na decisão do Mundial, tratando como possível ameaça.

“E o Brasil? Embora não seja fácil para a ‘Verdeamarela’ (junto com Sérvia, Suíça e Camarões), se vencer o grupo H poderá enfrentar a Argentina nas semifinais. Mas se ambos avançarem em posições diferentes, eles se enfrentariam na final”.