Varizes de grande calibre atingem milhões de brasileiros e exigem avaliação com ultrassom doppler e abordagem individualizada. A angiologista e cirurgiã vascular Dra. Ilana Barros explica como identificar e tratar corretamente.
Varizes são um problema de alta prevalência. Estimativas internacionais indicam que entre 30% e 40% dos adultos apresentam algum grau de doença venosa crônica, podendo chegar a até 50% em determinadas populações avaliadas por exames de imagem. Esses números colocam as varizes entre as condições vasculares mais comuns da atualidade.
Entre os diferentes tipos, ganham destaque as chamadas varizes calibrosas, veias superficiais significativamente dilatadas, muitas vezes originadas na veia safena. Pela classificação CEAP, padrão internacional da doença venosa, consideram-se varizes visíveis e palpáveis aquelas a partir de 3 mm. No entanto, na prática clínica, veias de grande calibre costumam ser aquelas com 8 a 10 mm ou mais, o que reforça a ausência de um consenso absoluto. Ainda assim, especialistas concordam: quanto maior o diâmetro, maior o risco de dor, sangramentos, complicações e recorrência.
De acordo com cirurgiã vascular e angiologista, Dra. Ilana Barros, a avaliação correta começa sempre pelo duplex ultrassom, exame capaz de mapear o refluxo venoso e medir com precisão o calibre da veia comprometida.
“No consultório, muitos pacientes acreditam que todas as varizes são iguais. Mas quando falamos de varizes calibrosas, é fundamental entender a anatomia individual para decidir entre laser, radiofrequência ou até cirurgia convencional”, afirma a especialista.
Nos últimos anos, a evolução das técnicas endovenosas transformou o tratamento da doença. Revisões sistemáticas apontam que métodos térmicos, como laser (1.470 nm) e radiofrequência, apresentam taxas de oclusão superiores a 90%, inclusive em veias de grande calibre. Já técnicas não térmicas, como a espuma, tendem a apresentar desempenho menos uniforme quando aplicadas a veias muito largas, segundo meta-análises recentes.
Mesmo com os avanços tecnológicos, a doença venosa continua sendo um tema relevante em saúde pública. Um grande levantamento nacional que analisou 869.220 cirurgias de varizes registrou 49 óbitos, o que representa uma mortalidade estimada de 0,0056%, considerada baixa, mas que reforça a importância da indicação correta e da execução técnica segura.
As diretrizes atualizadas da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) reforçam como pilares do manejo: avaliação clínica detalhada, classificação CEAP, ultrassonografia e escolha do tratamento alinhada ao perfil do paciente. Para a especialista, o futuro da área está na personalização.
“Hoje temos múltiplas tecnologias, mas nenhuma substitui o olhar clínico. Varizes calibrosas podem ser tratadas com excelentes resultados, desde que avaliadas e conduzidas com precisão”, destaca a angiologista, Dra. Ilana Barros.
Em um país onde milhões convivem com sintomas como dor, sensação de peso nas pernas, inchaço e desconforto estético, entender o que são varizes calibrosas e quando procurar um especialista faz toda a diferença. A medicina moderna oferece soluções eficazes — a chave está no diagnóstico correto e no tratamento adequado para cada anatomia.
Para saber mais, e entender sobre o assunto, acesse o Instagram: @drailanabarros
Sobre Dra. Ilana Barros:
Formada em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador-BA, e com Residência Médica em Cirurgia Vascular no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife-PE. Além de sua formação inicial e residências, a Dra. é especializada em Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular na ANGIORAD, em Recife-PE, e Pós-graduada em Laser, Cosmiatria e Procedimentos no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo-SP.
