As unidades hospitalares da Rede D’Or na Bahia alcançaram a marca de 300 transplantes renais realizados nos últimos seis anos, desde o início da atuação do grupo no estado, em 2019. O Hospital São Rafael, responsável por 250 desses procedimentos, consolidou-se como o segundo maior transplantador de rim da Bahia em 2025, conforme dados do RBATX (Registro Bahiano de Transplante), relatório oficial do Programa Estadual de Doação e Transplantes de Órgãos.
O sucesso do programa de transplantes da Rede D’Or é atribuído à atuação de uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. Segundo a médica Ana Paula Maia Baptista, coordenadora da área de Nefrologia dos hospitais São Rafael e Aliança, essa abordagem integrada garante um cuidado abrangente aos pacientes e familiares, promovendo maior adesão ao tratamento e melhores resultados. “O trabalho conjunto fortalece o compromisso com a saúde e possibilita uma assistência de excelência”, afirma.
Além dos transplantes renais realizados nos hospitais São Rafael e Cárdio Pulmonar, a Rede D’Or também conta com serviços de transplante de fígado nos hospitais São Rafael e Aliança, ampliando sua contribuição para a área de transplantes no estado.
Desafios e importância da doação de órgãos
Apesar dos avanços, a Bahia ainda enfrenta um grande déficit na área de doação de órgãos. Dados da Sesab (Secretaria da Saúde do Estado) revelam que cerca de quatro mil pessoas aguardam na fila por transplantes, sendo 2.145 por rim e 1.667 por córnea. Nacionalmente, o número ultrapassa 78 mil pessoas.
A recusa familiar continua sendo um dos principais obstáculos para aumentar o número de doações. “Precisamos reforçar que não existe transplante sem doação. É essencial que os potenciais doadores informem suas famílias sobre essa decisão”, ressalta Ana Paula Baptista. A médica Juliana Caldas, responsável pela CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante) do Hospital São Rafael, destaca a importância de desmistificar tabus relacionados ao tema: “Doar pode transformar vidas”.
Durante o “Setembro Verde”, mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos, as equipes da Rede D’Or intensificam ações educativas para mobilizar a população e reduzir as filas de espera. Cursos, formações e rodas de conversa com pacientes e familiares são algumas das iniciativas realizadas ao longo do ano.
Com protocolos rigorosos e trabalho contínuo, os hospitais da Rede D’Or na Bahia seguem como referência na área de transplantes, reafirmando seu compromisso com a saúde e a esperança de milhares de pacientes.