Moradores do bairro Cidade Nova, na Zona Oeste de Natal, enfrentam dificuldades para conseguir atendimento médico na Unidade de Saúde da Família (USF) local. A situação, que já se arrasta há semanas, tem gerado indignação e desgaste entre os usuários. Segundo relatos, há cerca de um mês não há fichas suficientes para consultas com clínico geral, mesmo para quem chega de madrugada.
Renata Rodrigues, dona de casa, é uma das pessoas que enfrentam o problema. “Cheguei às 4h da manhã e não consegui agendar consulta. Já são quatro terças-feiras seguidas sem fichas na nossa área. Muitas vezes voltamos para casa sem atendimento”, lamentou. O cenário se agrava pela redução no horário de funcionamento da unidade, que desde 5 de agosto passou a atender das 7h às 13h, após determinação da Secretaria Municipal de Saúde.
A mudança no horário foi motivada por questões de segurança. Segundo o diretor da unidade, Reginaldo de Assis, a decisão foi tomada devido à ausência de vigilantes e ocorrências policiais na região. “Buscamos essa segurança já que não temos vigilantes para proteger a equipe e a população”, explicou. No entanto, os moradores afirmam que a falta de fichas já era um problema antes da alteração no funcionamento.
A situação é ainda mais crítica para idosos e pessoas com necessidades especiais. Célia Maria, outra moradora, relatou a dificuldade de conseguir atendimento para seu sogro de 83 anos, que tem problemas de visão. “Chegamos cedo e não conseguimos. É muito frustrante”, disse.
A unidade conta com quatro equipes médicas e atende cerca de 50 pacientes por dia, número insuficiente para a demanda crescente da população local. Às 10h desta terça-feira (12), ainda havia pessoas aguardando atendimento na recepção.
Os moradores cobram medidas urgentes das autoridades para normalizar o funcionamento da unidade e garantir o acesso ao atendimento médico básico. Enquanto isso, a população segue enfrentando madrugadas em filas e retornos frustrados para casa.