Pacientes do maior hospital público do RN são transportados por escadas devido a elevadores quebrados

Desde a última terça-feira (2), os dois elevadores que dão acesso ao centro cirúrgico do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, estão fora de funcionamento, gerando situações preocupantes para pacientes e profissionais de saúde. O hospital, considerado o maior da rede pública do Rio Grande do Norte, enfrenta dificuldades para transportar pacientes entre os setores, que agora precisam ser levados pelas escadas em condições precárias.

Casos graves ilustram o impacto dessa falha estrutural. Uma idosa de 69 anos, vítima de AVC e intubada, foi transportada por quatro maqueiros em uma maca pelas escadas até o centro cirúrgico. Lindemberg Bezerra, filho da paciente, lamentou as condições enfrentadas pela mãe. “O estado está largado. Ela poderia ter recebido uma assistência melhor. Não é culpa dos maqueiros, mas é errado”, desabafou.

Outro episódio envolveu uma paciente com crise de apendicite, que foi levada em uma cadeira de rodas pelos degraus. Apesar dos esforços dos maqueiros para minimizar o impacto no transporte, a mulher gemia de dor durante o trajeto. O marido da paciente expressou indignação com a situação: “É um absurdo o serviço público tratar as pessoas dessa forma. Pagamos impostos e o governo não repassa os recursos necessários.”

A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte informou que um dos elevadores foi consertado na quinta-feira (4). No entanto, uma equipe da Inter TV esteve no hospital e constatou que ambos os equipamentos permanecem inoperantes. Até o momento, não houve novo posicionamento oficial da secretaria sobre o problema.

Enquanto os maqueiros priorizam o transporte de pacientes em estado mais grave, casos menos urgentes estão sendo redirecionados para os corredores do hospital. Embora outros dois elevadores em setores distintos estejam funcionando, a situação no centro cirúrgico expõe uma grave falha na infraestrutura do maior hospital público do estado, comprometendo a dignidade e a segurança dos pacientes.