Uma adolescente que perdeu um ovário devido à ausência de intervenção cirúrgica apropriada em um hospital privado de Natal será indenizada em R$ 30 mil. A decisão foi mantida pela 2ª Turma Recursal Permanente dos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e da Fazenda Pública do Rio Grande do Norte, que reconheceu, por unanimidade, a falha no atendimento médico prestado.
O caso ocorreu quando a jovem, então com 17 anos, buscou atendimento no hospital após apresentar fortes dores abdominais. Após a realização de exames, foi diagnosticado um cisto no ovário, e os médicos indicaram a necessidade de cirurgia. No entanto, o procedimento foi classificado como não urgente, sendo prescritos apenas medicamentos para controle da dor. Com o agravamento do quadro clínico, a paciente retornou ao hospital privado quatro meses depois, mas novamente não obteve solução.
Sem alternativas, a adolescente buscou atendimento em um hospital público na cidade de Parnamirim. Lá, uma médica constatou que o ovário estava torcido e parcialmente necrosado, exigindo a retirada completa do órgão. Segundo a decisão judicial, o hospital privado não conseguiu comprovar que adotou medidas adequadas frente à gravidade do caso.
Para o juiz responsável pelo processo, a perda do ovário representou um dano irreparável à jovem, afetando sua saúde e parte de seu sistema reprodutor. A indenização de R$ 30 mil foi determinada como forma de compensação pelos danos físicos e emocionais sofridos pela paciente.
O caso levanta preocupações sobre a qualidade do atendimento médico em instituições privadas e reforça o papel da Justiça em assegurar os direitos dos pacientes. A decisão também serve como alerta para que hospitais e profissionais de saúde priorizem diagnósticos precisos e intervenções tempestivas, especialmente em situações que envolvem riscos graves à saúde.
A jovem agora tenta reconstruir sua vida após o episódio que marcou sua adolescência e espera que sua história inspire melhorias no sistema de saúde e maior responsabilidade por parte das instituições médicas.