Investimento em Crianças e Adolescentes no Brasil Representa Apenas 2,5% do PIB, Aponta Relatório

Um estudo divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), revela que os gastos sociais com crianças e adolescentes no Brasil ainda são insuficientes diante dos desafios enfrentados pela população de 0 a 17 anos. O relatório, intitulado “Gasto Social com Crianças e Adolescentes no Orçamento Federal 2019-2024”, aponta que os investimentos federais destinados a essa faixa etária representam menos de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Embora tenha ocorrido um aumento nos repasses nos últimos anos, o estudo destaca que os recursos ainda são limitados frente às necessidades de áreas essenciais como educação, saúde, assistência social e proteção de direitos. Segundo Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do UNICEF no Brasil, o cenário fiscal atual impõe desafios significativos para ampliar os investimentos e garantir que meninas e meninos tenham acesso a serviços fundamentais.

Os dados apresentados no relatório também mostram como os recursos foram distribuídos entre diferentes programas e políticas públicas. A educação recebeu a maior parte dos investimentos, seguida pela saúde e assistência social. No entanto, especialistas alertam que o impacto desses repasses é limitado quando comparado ao tamanho da população infantil e adolescente do país, especialmente em regiões mais vulneráveis.

O UNICEF e o IPEA reforçam a importância de priorizar crianças e adolescentes nas decisões orçamentárias, argumentando que investimentos nessa faixa etária são decisivos para o futuro econômico e social do Brasil. “Sem um compromisso sólido com essas políticas, estamos comprometendo o desenvolvimento de toda uma geração”, afirma Chopitea.

O relatório completo está disponível para consulta pública e traz recomendações para gestores públicos e formuladores de políticas. Entre as sugestões estão a ampliação de recursos para programas voltados à infância, maior transparência na alocação orçamentária e estratégias para enfrentar desigualdades regionais.

Com menos de 2,5% do PIB destinados à infância e adolescência, o Brasil enfrenta o desafio de transformar números em ações concretas para garantir um futuro mais promissor às suas crianças e adolescentes.