Uma iniciativa inédita do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) promete lançar luz sobre a representatividade feminina negra no Judiciário. Intitulada “Presença Preta”, a exposição fotográfica, idealizada pelo Comitê de Valorização Feminina em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secoms), busca destacar as histórias de resistência e conquistas de mulheres negras e pardas que atuam na instituição.
A ação, que será inaugurada em julho, celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. A exposição contará com imagens de magistradas, servidoras, estagiárias e colaboradoras que se identificam como negras ou pardas, apresentando suas trajetórias e reafirmando seu papel nos espaços de poder. As fotografias foram capturadas pelos fotógrafos Tasso Pinheiro e Rodrigo Campos e farão parte de uma mostra itinerante que percorrerá as principais comarcas do estado.
Para a desembargadora Lourdes Azevedo, presidente do Comitê de Valorização Feminina, o projeto é mais do que uma iniciativa de visibilidade. “É uma forma de dignidade. A mulher negra reafirma sua beleza e sua importância em espaços que, historicamente, foram reservados à branquitude”, destacou. A exposição também busca desafiar estereótipos e promover um ambiente mais inclusivo dentro do Poder Judiciário.
Maria Joseane da Silva, analista judiciária e uma das participantes do projeto, enfatizou a relevância coletiva da iniciativa. “É fundamental ocuparmos esses espaços e mostrarmos que eles pertencem a todas nós. É sobre reafirmar nossa negritude e contribuir para a superação das desigualdades de raça e gênero”, afirmou.
O projeto também é um marco na valorização da autoidentificação racial. Para participar do ensaio fotográfico, as mulheres foram convidadas a se inscrever sem a necessidade de passar por processos de heteroidentificação, respeitando suas conexões culturais e afetivas com suas origens.
Com “Presença Preta”, o TJRN não apenas celebra a representatividade feminina negra, mas também reforça o compromisso com a inclusão e a igualdade racial no âmbito institucional. A exposição estreia em Natal e promete ser um catalisador de importantes reflexões sobre diversidade e ocupação de espaços no Brasil.