China endurece discurso contra EUA e afirma que “jamais se curvará” à pressão econômica

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Em meio à crescente tensão comercial entre China e Estados Unidos, autoridades chinesas subiram o tom nesta sexta-feira (11) e afirmaram que o país “jamais se curvará à pressão” de Washington. O alerta veio após os EUA anunciarem um novo pacote de tarifas sobre produtos chineses, com alíquotas que chegam a 145%. Como resposta, Pequim elevou suas tarifas retaliatórias para até 125% sobre importações americanas.

O posicionamento foi reforçado pelo porta-voz da embaixada chinesa nos EUA, Liu Pengyu, que destacou a resistência de Pequim frente ao que classificou como “pressão máxima” de Washington. 

“Se os EUA realmente quiserem manter conversações, deverão interromper seu comportamento caprichoso e destrutivo. Para o bem-estar dos chineses e dos povos do mundo, para a imparcialidade e a justiça da ordem global, a China nunca se curvará à pressão máxima dos EUA”, escreveu Pengyu no X (antigo Twitter).

O presidente da China, Xi Jinping, também se manifestou. Durante um encontro com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em Pequim, ele afirmou que seu país “não tem medo” da guerra comercial. “Ir contra o mundo só levará ao autoisolamento.”, disse.

“Por mais de 70 anos, o desenvolvimento da China se baseou em autossuficiência e trabalho árduo — nunca em esmolas de terceiros, e ela não teme nenhuma repressão injusta”, afirmou o líder chinês.

Apesar da escalada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou estar aberto a um entendimento com os chineses. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump continua “otimista” sobre a possibilidade de um acordo, mas advertiu que novas retaliações por parte da China não serão bem vistas pelo presidente americano. 

“O presidente deixou bem claro que está aberto a um acordo com a China”, disse Leavitt em coletiva de imprensa. “Se a China continuar retaliando, isso não será bom para ela”, acrescentou.