Foto: Carla Belke
A tão aguardada engorda da Praia de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, foi concluída no último sábado (25). A obra, que se estendeu por 4,6 quilômetros da orla, da Via Costeira até o Morro do Careca, utilizou cerca de 1 milhão de metros cúbicos de areia, transportados por meio de um aterro hidráulico.
A engorda resultou em uma ampliação significativa da faixa de areia da praia, com um aumento de até 100 metros durante a maré baixa e 50 metros na maré alta. O principal objetivo da obra foi proteger a região contra os efeitos da erosão marinha e melhorar a infraestrutura local. Além disso, a obra trouxe mais segurança à linha costeira e deverá evitar o avanço do mar em direção ao calçadão e ao Morro do Careca, um dos maiores cartões postais de Natal.
A empresa DTA Engenharia, responsável pelo projeto, anunciou a conclusão após quatro meses de trabalho intensivo. A última carga de areia foi transportada pela draga holandesa Elbe, que realizou uma manobra simbólica, chamada “rainbow”, lançando água para o alto antes de deixar o local.
O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Thiago Mesquita, destacou os benefícios da engorda, que, segundo ele, proporcionará uma valorização econômica da região. “Atualmente, a região da praia de Ponta Negra arrecada cerca de 400 milhões de ICMS, segundo a Fecomércio. Com a obra da engorda, esse número vai subir 30%, chegando a arrecadar 120 milhões. Ou seja, a obra que custou 75 milhões em menos de um ano vai proporcionar o retorno para o poder público”, afirmou.
Segundo Mesquita, o objetivo da Prefeitura de agora em diante é dar prioridade ao processo de ordenamento da praia, focando na finalização do cadastramento dos ambulantes e quiosqueiros e na demarcação da área reservada para os informais em toda a extremidade do calçadão. E, no futuro, pelos próximos dois anos, ainda está previsto o início do projeto de reurbanização do calçadão com parcerias público-privadas para mais investimentos na orla.
O secretário também esclareceu alguns pontos que geram dúvidas na população, entre eles o surgimento de rodolitos na areia e a formação de poças de água durante períodos de chuva.
Mesquita explica que as pedrinhas na areia chamadas de rodolitos são um material natural e comum no fundo de todos os oceanos, trazido junto com a retirada da jazida. “É impossível, durante o processo de explotação da areia, que esse material calcário não venha junto. Ele é inerte e está depositado no fundo do mar. Mas, a partir de fevereiro, serão colocados equipamentos para fazer toda a filtragem e retirar esse material concentrado, principalmente na área central da praia”, revela.
Já em relação à formação de poças na areia e à drenagem da praia, o titular da Semurb esclarece que os alagamentos que ocorrem na praia após fortes chuvas são uma solução temporária adotada durante a troca de drenagem, pois o equipamento anterior tinha 30 anos e já não suportava as chuvas.
“Desse modo, a drenagem nova e mais moderna evita as chamadas voçorocas, que formavam sulcos na areia e arrastavam o material. Com essa nova drenagem, isso não ocorre mais. Pode vir a acontecer, eventualmente, pequenos lagos, principalmente na fase de finalização do sistema de drenagem. Quando a drenagem for 100% finalizada, episódios como esses não ocorrerão mais”, finaliza.