Uma mulher identificada como Ana Lucia Umbelina Galache de Souza passou 33 anos recebendo pensão especial do Exército após se apresentar falsamente como filha solteira de militar que lutou na 2ª Guerra Mundial. Os valores foram pagos mensalmente de 1988 a 2022, totalizando quase R$ 4 milhões.
Na última terça-feira (2), a mulher de 55 anos foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver R$ 3.194.516,77 recebidos em pensão, além de uma multa de R$ 1 milhão.
Ana Lúcia também foi condenada a três anos e três meses de reclusão pela primeira instância da Justiça Militar da União, em Campo Grande, e não poderá exercer cargo em comissão ou função de confiança por 8 anos.
A defesa da mulher recorreu ao Superior Tribunal Militar (STM) que ainda não tem data para analisar o caso.
Entenda o caso
Segundo a denúncia do Ministério Público Militar, o esquema foi elaborado por Conceição Galache, avó de Ana Lúcia, que a ajudou a alterar seu nome na certidão de nascimento para Ana Lúcia Zarate quando ela tinha apenas 15 anos.
Dessa forma, a jovem poderia se passar por filha do ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) Vicente Zarate, que atuou na Segunda Guerra Mundial. No entanto, Vicente era seu tio-avô e não tinha filhos.
“Em 2021, Conceição, descontente com a parcela da pensão que lhe era transferida por sua neta, registrou a denúncia sobre a fraude, perante a Polícia Militar. No entanto, não chegou a ser inquirida na sindicância administrativa nem no inquérito policial, pois faleceu em maio de 2022”, informou o processo do TCU.