Foto: Arquivo do Senado
Parte da indenização paga pela mineradora Vale às famílias afetadas pelo desastre de Brumadinho em 2019 será destinado para o Rio Grande do Sul. Ao todo, serão destinados R$ 2,2 milhões para auxiliar as vítimas das enchentes no estado gaúcho. O anúncio da decisão foi publicado nas redes sociais da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum) nessa segunda-feira (13).
O montante doado será repartido entre o Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, sob gestão do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e o governo gaúcho. Os R$ 200 mil restantes serão doados para a Associação dos Familiares e Sobreviventes da Boate Kiss em Santa Maria (AVSTM), entidade que também está arrecadando fundos para ajudar as vítimas do desastre climático.
“Para nós, familiares, poder contribuir com as pessoas que estão atravessando esta catástrofe no Rio Grande do Sul aquece o coração. Sabemos o quanto é importante a acolhida, a empatia e a solidariedade no momento de dor. E, de uma forma especial, vamos apoiar a Corrente do Bem que a AVSTM (Boate Kiss) está fazendo. Essa ação é uma forma de seguir honrando as nossas 272 joias (vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho), as 242 vidas ceifadas pelo Incêndio da Kiss e por todos que perderam suas vidas nesta catástrofe das enchentes no Sul”, disse Josiane de Melo, em nome da diretoria da AVABRUM.
Fonte dos recursos para a doação
Os recursos são provenientes de fundo de R$ 400 milhões criado a partir de um acordo para indenizar parentes dos trabalhadores mortos na tragédia em Brumadinho, que ocorreu no dia 25 de janeiro de 2019. O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho resultou na perda trágica de 272 vidas, incluindo os bebês de duas mulheres que estavam grávidas. A maioria das vítimas trabalhava na Vale ou em empresas que prestavam serviço à mineradora.
O acordo também definiu os valores para as indenizações individuais aos pais, cônjuges ou companheiros e filhos dos mortos. Com isso, foi encerrada uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) logo após a tragédia.
A movimentação do dinheiro depende de aval de um conselho gestor, composto por representantes da Avabrum, do MPT, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) e da Defensoria Pública da União.
Boa parte do valor teve destinação para projetos de preservação da vida, nas áreas de saúde e de segurança alimentar. Os recursos já beneficiaram, por exemplo, hospitais, casas de saúde e instituições de pesquisa com a realização de reformas, financiamento de estudos, ampliação de leitos e aquisição de equipamentos. Também já foram liberados montantes para ações de qualificação de trabalhadores e geração de emprego e renda; proteção de indígenas, idosos e crianças; educação e preservação da memória.