Risco de fuga ‘elevado’ deve manter Daniel Alves na prisão, diz advogada

Foto: Josep LAGO / AFP.

O risco de fuga da Espanha deve ser a principal barreira para que Daniel Alves seja liberado da prisão preventiva em Barcelona.

Nesta quinta-feira (16), em uma audiência sobre o caso para decidir se Alves segue ou não em prisão, a acusação apresentou supostos indícios mais concretos de que Alves deixará a Espanha e irá ao Brasil em um avião particular caso seja solto. Sua defesa negou.

A advogada da suposta vítima, Ester García, disse ter visto indícios de que a prisão preventiva será mantida.

“Mantivemos a mesma postura que fizemos no escrito de acusação, então entendemos que a prisão preventiva (de Daniel Alves) será mantida, não só por haver indícios de criminalidade, mas também porque existe um risco de fuga elevado”, declarou a advogada da suposta vítima, Ester García, na saída da audiência, em um tribunal no centro de Barcelona.
O jogador brasileiro está preso desde 20 de janeiro na Espanha após ser acusado de ter estuprado uma jovem de 23 anos dentro do banheiro de uma boate de Barcelona no fim de dezembro. Ele negou, mas, dias depois, confrontado em depoimento à polícia, admitiu ter tido relações sexuais com a mulher, mas alegou terem sido consensuais.

A Justiça determinou então que ele ficasse em prisão preventiva, onde está há quase um mês. A decisão sobre se ele será solto ou não pode sair ainda nesta quinta ou nos próximos dias.

A advogada da suposta vítima contou ainda a jornalistas na porta do tribunal que sua cliente está em tratamento psiquiátrico e não sai de casa. “Não seria justo que ele ficasse em liberdade enquanto minha cliente está aprisionada e em trauma”, afirmou.

Audiência

Na sessão, a acusação argumentou também que não há provas suficientes de que Alves ainda tem vínculos para permanecer na Espanha – ele não joga mais pelo Barcelona, e sua mulher, a modelo espanhola Joana Sanz, apagou as fotos do casal em sua conta em uma rede social.

A defesa, no entanto, alegou já ter dado todos as garantias de que o brasileiro não sairá do país – como a sugestão de ele use uma pulseira eletrônica, entregue seus passaportes e se apresente diariamente às autoridades em Barcelona.

Na audiência, o advogado de Alves afirmou também que imagens da discoteca mostram que a jovem de 23 anos entrou voluntariamente no banheiro onde estava o jogador brasileiro – foi lá, segundo a acusação, que ocorreu o suposto estupro. A defesa voltou a insistir que se tratou de uma relação consensual.

O caso ainda não foi a julgamento – a Justiça da Espanha tem uma etapa inicial, chamada de instrução, na qual analisa uma acusação para decidir se a leva a julgamento.

Por G1.