Polícia acredita que suspeito de ajudar bolsonarista a montar explosivo fugiu de Brasília, diz Ibaneis

Foto: Instagram/Reprodução

O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou, nesta terça-feira (27), que a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) acredita que Alan Diego dos Santos Rodrigues fugiu de Brasília. Ele é suspeito de ajudar o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, a montar um artefato explosivo perto do aeroporto da capital, no sábado (27).

Questionado sobre as buscas por Alan Ribeiro, Ibaneis respondeu: “A polícia já identificou essa pessoa, está fazendo as buscas. Pelo que tenho alcançado aqui pela polícia, ele já se evadiu do DF, mas eles estão atrás e a gente deve ter notícia nas próximas horas”.

George confessou o crime e foi autuado por terrorismo. Segundo o governador, ele chegou a fazer cursos de sniper para manusear armamentos de alta potência. “Realmente existia ali uma mentalidade totalmente voltada para o crime”, disse Ibaneis.

Segundo as investigações da PCDF e o próprio depoimento de George, ele e Alan frequentavam os atos em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) que ocorrem no quartel-general do Exército na capital. O autuado por terrorismo também confessou que o ato teve motivação política.

Até a última atualização desta reportagem, a defesa dele não tinha se manifestado. George está preso preventivamente no Complexo da Papuda.

Além de terrorismo, ele também foi autuado por posse e porte ilegal de armas de fogo de uso permitido e restrito. No apartamento onde ele foi encontrado no sábado, no Sudoeste, os policiais acharam um arsenal com fuzil, espingardas, revólveres, munição e explosivos.

Participação de Alan

Segundo o preso, o plano para detonação do explosivo foi montado nos atos que ocorrem no QG do Exército, com objetivo de levar à decretação de estado de sítio no país – quando há restrição de direitos e à atuação de Legislativo e Judiciário.

Em depoimento à polícia, George Washington disse que, em 22 de dezembro, “vários manifestantes do acampamento conversaram comigo e sugeriram que explodíssemos uma bomba no estacionamento do Aeroporto de Brasília durante a madrugada e em seguida fizéssemos denúncia anônima sobre a presença de outras duas bombas no interior da área de embarque”.

No dia seguinte, segundo o investigado, uma mulher do grupo sugeriu a instalação de uma bomba na subestação de energia elétrica de Taguatinga, para “dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”.

“Eu fui ao local apontado pela mulher em Taguatinga em uma Ford Ranger branca de um dos manifestantes do acampamento, mas o plano não evoluiu porque ela não apresentou o carro para levar a bomba até a transmissora de e

nergia”, disse no depoimento.

Ainda de acordo com o criminoso, um outro participante do grupo, identificado como Alan Diego dos Santos Rodrigues, se voluntariou para instalar a bomba em postes. George disse que, em 23 de dezembro, recebeu de uma pessoa, que não conhecia, material que faltava para construir o explosivo. E que fez o dispositivo.

“Eu entreguei o artefato ao Alan e insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não concordei com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto. Porém, no dia 23/12/2022 eu soube pela TV que a polícia tinha apreendido a bomba no aeroporto e que o Alan não tinha seguido o plano original”, alegou o autuado por terrorismo.

Apesar da data citada pelo homem no depoimento, a PM só encontrou o material na manhã de sábado (24). Ele disse que, na data, percebeu a movimentação de pessoas estranhas perto do apartamento onde estava hospedado, e que imaginou serem policiais.

George alegou que reuniu as armas para colocar na caminhonete e fugir neste sábado, mas foi preso antes.

G1