Petrobras e SENAI iniciam testes para prospecção de energia eólica em alto mar no RN

Imagem mostra Bravo a 15 km da costa de Areia Branca-RN: Boia conta com autonomia energética, fornecida por módulos fotovoltaicos instalados e pequena turbina eólica

Foram iniciadas oficialmente, no Rio Grande do Nortes, os primeiros testes em ambiente marinho da ”BRAVO”, uma tecnologia desenvolvida no Brasil para a mais nova fronteira do setor de energia: a eólica offshore. A Petrobras e os Institutos SENAI estão analisando a Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore (BRAVO), este sistema está em fase de desenvolvimento e deverá ter capacidade de medir velocidade e direção dos ventos, variáveis meteorológicas, como pressão atmosférica, temperatura do ar e umidade relativa, além de variáveis oceanográficas, como por exemplo, ondas e correntes marítimas. O lançamento da boia foi realizado a cerca de 15 km da costa de Areia Branca, com o apoio da Companhia Docas do RN (CODERN) e da empresa Intermarítima Portos e Logística, nova operadora do Terminal Salineiro de Areia Branca – Porto Ilha.

O investimento da Petrobras no projeto é de R$ 9 milhões, através do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

O sistema de sensoriamento da boia capta os dados meteorológicos e oceanográficos de forma automatizada. Um algoritmo desenvolvido especialmente para o projeto permite corrigir as informações em função das variações de posição provocadas pelas ondulações do mar. Ao mesmo tempo, os dados são transmitidos para um servidor em nuvem por meio de comunicação via satélite, para serem posteriormente analisados. A boia também conta com autonomia energética, fornecida por módulos fotovoltaicos instalados e uma pequena turbina eólica.

“A Petrobras é uma empresa altamente tecnológica, que tem excelência na adoção de modelos colaborativos de inovação que integram nossas áreas de negócio com diversos parceiros tecnológicos externos.  Projetos como a Bravo estão alinhados ao Plano Estratégico 2023-27 da companhia, recém-lançado, que prevê aprofundamento de estudos e avaliação de oportunidades em hidrogênio, eólica offshore e captura de carbono”, afirma Rafael Chaves, diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras.

Nos próximos sete meses, o sistema de comunicação da Bravo permitirá o acesso aos dados coletados no litoral do Rio Grande do Norte. Eles serão enviados para um servidor em nuvem acessado pelo SENAI e Petrobras. As informações colhidas pela Bravo serão comparadas com os dados coletados por um LiDAR fixo, instalado no terminal salineiro de Areia Branca. O LiDAR é um sensor ótico que permite medir a velocidade e direção do vento, entre 10 e 200 metros de altura, gerando dados compatíveis com a altura de operação das turbinas eólicas offshore.

“O potencial eólico offshore é objeto de estudos há mais de 10 anos dos pesquisadores do SENAI-RN que integram a equipe do ISI-ER, e os estudos nessa área estão se expandindo”, diz o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello, acrescentando que “a instituição participou, inclusive, da iniciativa pioneira da Petrobras que permitiu a realização das primeiras medições do recurso eólico offshore no país”.

 

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