O Ministério da Saúde assinou nesta quarta-feira (14) protocolo com o objetivo de incorporar o Zolgensma, voltado ao tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME), no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a pasta, a medicação é indicada para o tratamento de crianças com AME do tipo I, com até seis meses de idade, que estejam fora de ventilação invasiva acima de 16 horas por dia.
A estimativa, conforme o MS, é que cerca de 400 crianças com AME estejam em tratamento atualmente. A doença genética ultrarrara, que interfere na produção de uma proteína essencial para desenvolvimento muscular, já possui dois medicamentos incorporados ao SUS: nusinersena e o risdiplam, ambos de uso contínuo.O Zolgensma, por sua vez, deve estar disponível no SUS em até 180 dias e também deve ser incluído no Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dentro do mesmo prazo.
O ato de assinatura do protocolo contou com a presença de Laíssa Guerreira, jovem atleta paralímpica de bocha e ativista dos direitos das pessoas com AME. “Este é um momento que ficará marcado para as pessoas da comunidade AME. É um legado. Surge uma esperança em saber que os novos bebês não vão precisar passar pelo que passei na minha primeira infância”, afirmou, emocionada.
A fabricante só receberá as parcelas subsequentes após o primeiro ano da infusão se a criança atingir os marcos motores (ganho igual ou superior a 4 pontos na escala Chop-intend) e a manutenção deles ao final do quarto e quinto ano. O pagamento foi definido em cinco parcelas anuais, de 20% do valor cada, conforme os resultados esperados. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) definiu o preço do medicamento em R$ 6,4 milhões e o valor proposto para a incorporação ao SUS foi de R$ 5,7 milhões.
Tribuna do Norte