FAB agora cobra do PL viagem de Bolsonaro ao Rio no 7 de Setembro

A viagem de Jair Bolsonaro em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para participar do desfile-comício em Copacabana no 7 de setembro foi incluída na lista de voos de campanha que serão cobrados do partido do presidente, o PL.

A inclusão se deu depois de a coluna mostrar os voos de campanha que Bolsonaro fez nas asas da FAB e que não foram listados entre os que precisam ser ressarcidos pela legenda.

Uma atualização da lista de voos fornecida pela FAB foi obtida por meio da Lei de Acesso à Informação. Agora, a corporação contabiliza 74 voos da campanha, entre 16 de agosto e 16 de outubro.

A última versão do documento, que incluía as viagens feitas até 1º de outubro, apontava para uma fatura de R$ 3,5 milhões a ser paga pelo partido do presidente.

Com a inclusão do novo período — e de voos que antes não estavam contabilizados, como o do 7 de setembro para o Rio —, o valor total saltou para R$ 5,3 milhões.

De acordo com o Gabinete Pessoal do Presidente da República, que forneceu os dados após determinação da Controladoria Geral da União, a CGU, a cifra ainda pode sofrer alteração porque “se encontra em fase de apuração”.

Além do voo ao Rio para o desfile do bicentenário da Independência, nessa última atualização foi incluída uma viagem feita pelo presidente a São Paulo em 1º de outubro. Na ocasião, Jair Bolsonaro participou de uma motociata na capital paulista.

Como está no exercício do cargo, Bolsonaro tinha o direito de usar as aeronaves oficiais durante a campanha, com o compromisso de que os custos deveriam ser pagos pelo partido.

A legislação prevê que a cobrança dos custos de viagens com fins eleitorais — há uma brecha para que não sejam cobrados os voos quando se misturam compromissos de campanha com agendas oficias da Presidência.

Outros voos da FAB

Mesmo após a inclusão dos voos para Rio e São Paulo, algumas viagens nas quais Bolsonaro teve agendas oficiais e também compromissos de campanha seguem fora da lista oficial de cobrança.

O voo para a festa de Peão de Barretos é um exemplo. O evento foi incluído na agenda da Presidência, mas acabou usado como palanque eleitoral. Bolsonaro foi recebido na arena de rodeios com o jingle de sua campanha e chegou a ser apresentado pelo locutor oficial como “capitão do povo”.

Outra viagem usada também para pedir votos, desta vez a Foz do Iguaçu, no Paraná, continua fora da lista. A agenda da Presidência informava que se tratava de uma “visita técnica às obras da Ponte da Integração Brasil-Paraguai”. Depois, porém, Bolsonaro participou de uma motociata com apoiadores.

O presidente ainda usou um avião da FAB para ir a Resende, interior do Rio de Janeiro, onde foi a uma cerimônia da Academia Militar das Agulhas Negras, a Aman. Como nas outras viagens, ele aproveitou a agenda oficial para fazer campanha e, nas margens da Via Dutra, passou uma hora acenando para apoiadores que realizavam uma motociata.

Metrópoles