Obra de drenagem na zona Sul de Natal não tem previsão de retomada

Foto: Adriano Abreu

As obras de construção de um túnel de macrodrenagem e reconstrução da avenida Jerônimo Câmara, Zona Sul de Natal, não têm previsão de retomada. Segundo Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), o retorno depende de uma reunião entre a Prefeitura de Natal e a construtora responsável, Áyla Construções, que deve acontecer nos próximos 20 dias. Caso as duas partes entrem em acordo, as obras podem ser recomeçadas, embora sem prazo específico. Enquanto isso, moradores, comerciantes e transeuntes sofrem com os transtornos de uma reestruturação incompleta há nove anos.

Ao longo de toda a avenida, é possível encontrar trechos sem o canteiro principal da via, além de diversos carros estacionados nos buracos deixados pela remoção do canteiro. Em frente à Ceasa é possível notar, também, o acúmulo de lixo e poças de água. Trabalhadores do local reclamam da falta de assistência dos órgãos públicos de uma situação que se estende desde 2013. Não há sinal de trânsito no cruzamento da Jeronimo Câmara com a Rua dos Potiguares.

Um dos trabalhadores do local, Alex Severiano, 41, conta que acidentes são frequentes na região. De acordo com ele, os motoristas cruzam a avenida sem a devida atenção aos demais que percorrem a Jeronimo Camara. “Direto tem acidente aí, até porque os motoristas não respeitam. É muito mal feito isso aí, é muito complicado. O pessoal cruza a avenida sem prestar atenção em quem está vindo”, disse.

Alex diz, ainda, que antes das obras, a avenida era “normal” e não contava com tantos transtornos. “Era bem normal, não era mão única. Antes da obra dificilmente você via acidente e depois que fizeram isso aí, ficou o desmantelo todo. Daqui a gente consegue ver o lixo ali”, complementa. Além disso, comerciantes relatam insegurança pela falta de iluminação na via.

“Da poeira, lixo e lama quando chove ao perigo para circular, vários acidentes. A rua, durante a noite, ficou bastante esquisita. Da Ceasa para frente é um breu só, tudo esquisito, muito perigoso. Acontece vários assaltos”, declara uma das moradoras que preferiu não ser identificada. Ela mora na avenida desde criança e diz que viveu as duas realidades.

Hoje, vê seu comércio e casa afetados. “Afetou, afetou o comércio geral. Muitos comércios fecharam, era muita poeira, muito lixo atrapalhando”, lembra. Ela cobra, ainda, ação do poder público na conclusão do projeto. “Tá inacabada, é uma vergonha. A prefeitura não faz nada, aí junta tudo e a população que se prejudica. Meu comércio é novo, abri na pandemia, foi bem difícil de me manter aqui e percebo que não flui melhor devido a gravidade desse problema. Uma situação infinita, parece que não tem fim”, finaliza.

Tribuna do Norte