Natalenses reclamam de falta de água e demora em atendimento

Moradores de diversas regiões reclamam de falta de água e demora no atendimento da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). Somente na última segunda-feira (24), o fornecimento de água foi suspenso nos bairros de Nossa Senhora da Apresentação, Igapó, Salinas, Potengi, Capim Macio e Neópolis, em Natal, além de Jardim Lola, Amarante, Olho D’água dos Carrilhos e Nova Zelândia, em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana. Em Capim Macio, zona Sul da capital, o abastecimento de água ficou suspenso entre o domingo (23) e a sexta-feira (28), o que prejudicou população, comércio e escolas.

 

Moradora de Capim Macio, Janaina Rodrigues, conta que teve dificuldades para buscar atendimento junto à companhia. “É um absurdo, uma falta de respeito total. A Caern informou através dos protocolos que iria chegar na noite de terça-feira para quarta-feira, disseram que seria mais de 72 horas para começar a chegar a água nas residências, porém não foi resolvido. Na sexta-feira, o abastecimento ainda não havia retornado, afetando a população, escolas e o comércio. A água só voltou quando comunicamos à imprensa”, afirma a facilitadora pedagógica.
Aos moradores, a Caern informou que o problema ocorreu por causa da “suspensão para interligação de rede” Av. Engenheiro Roberto Freire com a Av. Ayrton Senna. O Superintendente de Operação e Manutenção da Caern, Ricardo Barros, explicou que para resolver alguns vazamentos na rede, como o que ocorreu em Capim Macio e Neópolis, é necessário fazer interrupções no fornecimento para que as equipes possam trabalhar e reparar o problema.
“Vazamento de menor proporção a gente consegue resolver sem desligar a rede, mas quando ele tem uma dimensão maior a gente precisa estancar o sistema para que os funcionários consigam cavar, cortar e fazer o serviço. O prazo de retomada do sistema após ser feito o reparo vai depender do local, tem regiões que tem uma topografia mais elevada, mais desfavorável, que a água demora um pouco mais a chegar e tem áreas que são vizinhas ao reservatório que a água chega antes”, detalha Barros.
Já nos bairros de Nossa Senhora da Apresentação, Igapó, Salinas e Potengi, em Natal, além de Jardim Lola, Amarante, Olho D’água dos Carrilhos e Nova Zelândia, em São Gonçalo do Amarante, o problema foi uma parada emergencial para que equipes consertassem um vazamento na Estação Elevatória do sistema R-14, que atende a área, na segunda-feira (24). Apesar do transtorno, o abastecimento foi retomada 48h depois do conserto.
O profissional da Caern diz que os problemas podem acontecer por diversos motivos e ressalta que “não é de interesse da companhia” suspender o fornecimento. “Existem várias situações, o próprio sistema tem áreas que são mais elevadas e por mais que tenha uma tubulação nova, podem gerar um rompimento. Algumas áreas têm uma política de substituição. A questão do furto é uma coisa que a gente sofre muito também, à medida que começa a ficar mais recorrente a gente adota medidas juntamente a Secretaria de Segurança Pública, então são vários os fatores”, destaca.
O bairro de Felipe Camarão, na zona Leste de Natal, é outro que sofre constantemente com o problema da falta de água, dizem moradores. Willame de Souza é vendedor de frutas e diz que a família já precisou a se adaptar ao problema. “Aqui falta água umas duas vezes por semana, é sempre assim, a gente reclama com a Caern, mas até agora o problema continua. É um absurdo porque prejudica muito a população aqui toda da região. Não era assim, mas de uns meses para cá está muito complicada essa situação”, relata.
A vendedora de rações Fabiane de Souza diz que além da falta de água, moradores da região precisam enfrentar outro problema. Isso porque um buraco se abriu no cruzamento da BR-226 com a Rua da Sereia. “Faz mais de três meses que esse buraco está assim e só vai piorando. A gente já tentou com a Caern, com a Prefeitura e ninguém resolveu. Fica uma verdadeira queda de braço e não resolvem o problema. O buraco está servindo para reservatório de água parada”, conta.
Por causa do buraco, que está sinalizado apenas com cavaletes da Prefeitura de Natal e da Caern, motoristas precisam desviar a rota para acessar a Rua da Sereia. A Caern comunicou que “não tem rede em operação no trecho” e a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) afirmou que equipes de Conservação da Operação Tapa Buracos foram ao local e constataram que o problema é “uma demanda da Caern”.
Fabiane de Souza reclamou da falta de iniciativa. “A gente que sofre enquanto não resolvem o problema. Você pode ver que aqui o meu comércio está sendo prejudicado, os clientes não podem parar aqui na frente, os carros quando precisam entrar na rua precisam passar por cima da minha calçada, que já quebrou. A população que sempre é prejudicada”, reclama.
Caern lista canais para reclamação
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) diz que avançou na disponibilidade de novos canais para formalizações de denúncias. A Caern destaca que a abertura do protocolo é importante para registro nos setores competentes que vão dar andamento à solicitação e garantir a boa gestão no retorno aos clientes.
É possível fazer o registro no teleatendimento gratuito que funciona diariamente, inclusive finais de semana e feriados, no telefone 115. Existe também a facilidade do registro pelo aplicativo Caern Mobile disponível nas lojas de aplicativo, além da agência virtual da Caern www.caern.com.br e o WhatsApp 98118-8400.
Tribuna do Norte