Ministros do TCU que condenaram Deltan foram investigados da Lava Jato

Três dos quatro ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) que condenaram os ex-procuradores Deltan Dallagnol e Rodrigo Janot foram alvos da Operação Lava Jato,, confirmando a denúncia do coordenador da operação nas redes sociais de ser vítima de perseguição de “delatados na Lava Jato”. A notícia é destaque no Diário do Poder.

Os três ministros investigados em inquéritos da Lava Jato são Augusto Nardes, Antonio Anastasia e Aroldo Cedraz, de acordo com a Folha de S.Paulo.

Augusto Nardes foi investigado durante a Operação Zelotes. Em 2018, ele foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal após ter sido citado na delação do ex-subsecretário estadual do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Velloso. Em 2019, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski arquivou o inquérito.

O nome de Nardes também foi citado nos depoimentos de colaboradores da Lava Jato, que até agora não se tornaram públicos, como do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e do ex-deputado federal Pedro Corrêa.

Antonio Anastasia foi alvo de três inquéritos no Supremo Tribunal Federal em desdobramentos da Operação Lava Jato. As investigações tiveram início após o depoimento do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, responsável pelo transporte de dinheiro do doleiro Alberto Youssef.

O ex-governador de Minas Gerais também foi citado em depoimento do ex-presidente da Odebrecht, Benedito Júnior, ao TSE em 2017. Esses casos também miravam seu antigo padrinho político, o hoje deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

Em 2021, um relatório da Polícia Federal, que indiciou Aécio por suposto caixa dois da empreiteira baiana no pleito de 2014, citava suspeita de financiamento ilegal também à campanha de Anastasia ao Senado. Porém a PF concluiu que não há indícios de “ciência ou participação direta” do hoje ministro do TCU no caso. Os inquéritos foram arquivados.

Aroldo Cedraz e o filho Tiago Cedraz também foram alvos de ações da Lava Jato. Em 2017, o advogado Tiago foi alvo de buscas decretadas pelo ex-juiz Sergio Moro, para apurar o suposto recebimento de propina no exterior, por um negócio entre a Petrobras e a empresa norte-americana Sargeant Marine.

Aroldo e Tiago foram acusados formalmente em 2018, pelos crimes de tráfico de influência pela ex-PGR, Raquel Dogde. Porém o STF rejeitou a denúncia.

O filho de Cedraz voltou a ser denunciado em 2020, desta vez pela chamada Lava Jato fluminense, que mirava pagamentos feitos por um ex-presidente da federação do comércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz.

A acusação a respeito, com menções também a Aroldo, chegou a ser recebida pelo juiz federal Marcelo Bretas, na Lava Jato fluminense, porém o STF anulou as decisões dele, sob a justificativa de que o caso era de atribuição da Justiça estadual, não da federal.

Fonte: Diário do Poder