Com situação financeira delicada, empresa de ônibus pede aumento de subsídio da Prefeitura

Nesta segunda-feira (20) representantes da empresa Cidade do Sol, responsável pelo transporte coletivo de Mossoró/RN, se reuniram com membros da Secretaria Municipal de Segurança, Defesa Civil, Mobilidade e Trânsito para debater melhorias para situação dos ônibus na cidade.

Apesar do plano de retomada de rotas que o município vem colocando em prática desde outubro do ano passado, a empresa vem enfrentando dificuldades financeiras. O reajuste dos combustíveis e a baixa adesão dos passageiros pagantes têm causado um desequilíbrio econômico. De acordo com Waldemar Araújo, diretor da empresa, o subsídio dado pela prefeitura de R$ 65 mil mensais, não é suficiente para manter o sistema de transporte.

“O desequilíbrio econômico ele tá tão grande, que a empresa tá caindo num processo de insolvência e isso aí é que a gente tem discutido com o município… O próprio subsídio que já foi dado em outubro lógico que foi importante. Agora o ISS (Imposto Sobre Serviços) que é na redução de cinco pra dois foi importante, embora a expectativa nossa era até de zero porque a lei federal permite para o transporte público e para o setor da construção civil… Então a expectativa nossa era zerar pelo transporte, na verdade quando se faz isso está revertendo pra usuário. Você não está subsidiando a empresa, está subsidiando o usuário. Então a gente valoriza isso, enaltece a importância da prefeitura de ter feito, mas realmente é preciso ser feito muito mais”, afirma Waldemar Araújo.

Segundo o secretário municipal de mobilidade, Cledinilson Morais, a Prefeitura pretende analisar a possibilidade de aumentar o repasse de recursos para a empresa. “Fizemos uma projeção inicial para a retomada do transporte público em outubro do ano passado. Fizemos todas as linhas, porém não tivemos a resposta dos passageiros, né? Então temos algumas linhas operando com dois, cinco passageiros por viagem. Então a gente tá sentando pra analisar todo essa esse plano de retomada que foi implementado pela Prefeitura de Mossoró, pra analisar a possibilidade de um aporte financeiro maior, para que possa subsidiar essas linhas que estão em deficitárias, né?”

De acordo com a Cidade do Sol, atualmente apenas 48% dos usuários são pagantes, os demais usam os ônibus com gratuidade. Além disso, algumas rotas apresentam uma baixa adesão de passageiros, como é o caso das linhas Belo Horizonte, Aeroporto e Planalto. Diante das dificuldades, a empresa não descarta a possibilidade de reajustar a tarifa, que é R$ 3,30 desde 2018, nem a hipótese de reduzir o número de linhas. Waldemar Araújo explica que hoje, para manter o sistema financeiramente, a passagem de ônibus teria que custar em torno de R$ 9. Ainda assim, seriam necessárias outras medidas para resolver a situação.

“… Nenhuma medida isoladamente vai resolver a questão. Várias coisas precisam ser feitas, como já foi feito parte do subsídio, como já foi feito de ISS. Mas a tarifa já está aí há quatro anos, mais de quatro anos desatualizada e logicamente que isso aí também não vai resolver. Pra se ter uma ideia hoje, precisaria de uma tarifa de quase nove reais pra cobrir o sistema. A gente sabe que é inviável… Várias medidas precisam ser tomadas para buscar o equilíbrio econômico do sistema”, afirma o diretor da Cidade do Sol.