José Serra defende candidatura própria do PSDB a presidente

O senador José Serra (PSDB-SP) disse que faz parte da ala do partido que deseja uma candidatura própria tucana à Presidência. “Defendo que tenhamos uma candidatura própria e acredito que a escolha final na convenção do partido foque nos candidatos mais votados nas prévias”, afirmou em o senador, ao conceder entrevista.

O tucano também descartou um apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista tem atraído a velha guarda do PSDB e já conseguiu o voto do ex-senador Aloysio Nunes (PSDB) no primeiro turno.

Após uma série de conflitos internos que culminaram com a desistência do ex-governador paulista João Doria de disputar o Palácio do Planalto, a legenda agora se encaminha para, pela primeira vez desde que foi fundada, não apresentar uma opção ao comando do País.

Ao falar sobre o resultado das prévias, José Serra deixa claro que a candidatura presidencial que o mais agrada é a do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que ficou atrás de Doria na eleição interna.

A cúpula do PSDB negocia apoiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como candidata a presidente. Para isso, no entanto, exigem que os emedebistas deem suporte ao PSDB em alguns Estados. Se a aliança vingar, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) é o mais cotado para ser vice de Tebet.

Apesar de preferir uma candidatura própria, Serra afirmou que não vê problema em apoiar a senadora do MDB caso se comprove que isso é melhor para construir uma alternativa a Lula e ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Se a candidatura própria fique inviável, José Serra considera a melhor opção seria um acordo para o apoio a Simone Tebet.

“Se houver um entendimento interno de que Simone, a quem admiro e considero, nos permitirá sair da polarização Lula/Bolsonaro, então o PSDB e a senadora terão todo o meu apoio”, afirma.

Ele admite que, a quatro vezes na votação em primeiro turno, está cada vez mais difícil o tempo para buscar assegurar o fortalecimento de uma terceira via. Mas considera que ainda é possível buscar um crescimento da opção de centro. “Estamos numa decrescente conforme o tempo passa. Mas ainda é possível” avalia.

Tribuna do Norte