Pessoas imunizadas com vacina da varíola há 50 anos ainda têm imunidade

A suspeita de um caso de varíola dos macacos em um paciente de Fortaleza, divulgada nesta segunda-feira (30), também aproxima as dúvidas sobre a transmissão, sintomas, letalidade e imunização contra a doença. Quem tomou a vacina contra a varíola humana, há cerca de 50 anos, por exemplo, tem proteção contra a nova forma.

Em meio às dúvidas como essa sobre a doença, que ganha maior notoriedade com a notificação no Ceará, o Diário do Nordeste buscou infectologistas para tirar as principais dúvidas sobre a varíola dos macacos.

O caso cearense foi notificado ao lado de outro paciente em Santa Catarina, conforme o monitoramento do Ministério da Saúde. No Ceará, o paciente está em isolamento enquanto aguarda resultado do exame.A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informou que não foi identificado nenhum deslocamento para países com casos confirmados da doença e nem contato com casos confirmados pelo paciente. A principal suspeita diagnóstica é varicela (catapora)

O que é a varíola dos macacos?

O vírus Monkeypox, que causa a varíola dos macacos, é um “parente” da varíola humana e considerado uma zoonose – infecção comum em animais, mas que consegue afetar humanos -, como explica Lauro Vieira Perdigão Neto, infectologista do Hospital São José.

“A novidade é o aparecimento de surtos fora da área de circulação do vírus da varíola dos macacos na África. Agora estamos nos deparando com uma centena de casos fora do usual, na Europa, América do Norte, Oceania e agora casos na América do Sul”, contextualiza.Apesar do nome, o vírus costuma ocorrer em roedores, mas a primeira detecção foi registrada em macacos de laboratório e por isso o nome da doença.

“A transmissão desses casos ainda está em análise não se sabe exatamente em que momento o vírus saiu e nem o formato da transmissão que ocasionou o surto”, explica sobre os casos atuais.

Sim, o imunizante aplicado há cerca de 50 anos também confere uma barreira contra a doença que começa a se alastrar no mundo. Isso pode ser chamado de proteção cruzada, como define Lauro.