Tecnologia de vigilância da SMS monitora circulação do Aedes aegypti em Natal (RN)

Natal (RN) consegue antecipar, em até uma semana, ações de controle, combate e prevenção de arboviroses. Isso é possível graças ao desenvolvimento de tecnologias de vigilância entomológica, epidemiológica e estratificação de risco. O monitoramento feito de forma ativa e sistemática tem garantido à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) condições para detectar a ocorrência de surtos, controlar epidemias em curso, promover ações para controle vetorial com baixo custo operacional e monitorar a transmissão de doenças pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya.

Pioneiro no Brasil, o sistema de ovitrampa foi desenvolvido em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Natal e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Trata-se de um depósito escuro com uma palheta de fibra de madeira e a armadilha é altamente específica para a espécie do mosquito, atraindo as fêmeas do Aedes aegypti para depositarem os ovos naquele depósito. Com esse sistema, é possível estimar a quantidade de insetos em uma área.

Após uma semana os agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses recolhem essas palhetas de fibra de madeira, nas quais os ovos ficam presos, para análise de contagem dos ovos. Em média, cada fêmea pode ter de quatro a seis posturas de ovos, cada uma delas com uma média de 200 embriões. Esse modelo de vigilância, chamado de entomológica, conta com uma rede de monitoramento com 630 ovitrampas, distribuídas nas quatro regiões de Natal, em pontos fixos, a cada 300 metros. Márcia Cristina, chefe do núcleo de entomologia do CCZ, conta que o quantitativo de ovos na palheta é variável, mas consegue predizer o número de fêmeas presente em uma determinada área.