Tyndaro Menezes, chefe do núcleo de jornalismo investigativo da TV Globo, foi demitido nesta terça-feira (17) após 30 anos na emissora.
A saída do profissional trouxe à tona uma investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Rio, que busca entender se há envolvimento de Tyndaro em negócios suspeitos na área da Saúde, intermediados por Ângelo Ribeiro de Almeida Júnior, ex-titular da Delegacia Fazendária fluminense. O jornalista e o delegado teriam realizado conversas que estão sendo averiguadas.
O Gaeco, por meio do departamento de comunicação, confirmou a investigação e apontou que encaminhará o caso para investigação específica do Ministério Público Federal.
Sobre as conversas mencionadas entre o jornalista e o delegado, o Gaeco esclarece que esses trechos foram extraídos das medidas cautelares manejadas no decorrer da investigação e serão encaminhados, nos próximos dias, ao MPF para investigação específica por, inicialmente, serem de atribuição federal.
A Globo confirmou a demissão, mas disse à coluna que não comenta questões de Compliance dentro da empresa.
“O profissional citado não está mais na empresa. A Globo não comenta questões relacionadas a Compliance. Reitera que tem um Código de Ética, que deve ser seguido por todos os colaboradores, e uma ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação. Todo relato é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento e as medidas necessárias são adotadas”, informou, em nota, a comunicação da Globo.
O profissional coleciona diversos prêmios por reportagens ao lado de nomes como Tim Lopes, Cristina Guimarães, Flavio Fachel e Renata Lyra. Ele recebeu o Emmy pela cobertura do ataque da Polícia Militar ao Complexo do Alemão.
Semana passada, a apresentadora Michelle Barros pediu demissão da Globo. Antes foram Carlos Tramontina e Chico Pinheiro, entre outros nomes que estavam no canal há décadas.