Protesto cobra justiça pela morte de homem perseguido após discussão de trânsito em Natal

Paulo Henrique Araújo da Silva faria 34 anos no dia 18 de julho deste ano, mas teve sua vida interrompida na tarde do dia 29 de abril. O homem foi morto com um tiro na cabeça após uma briga de trânsito. Os assassinos dele estavam em um carro e até hoje ainda não foram identificados. Clamando por justiça, familiares e amigos da vítima irão promover um protesto na próxima sexta-feira (13), data que marca 15 dias após o crime.

A proposta é que seja um protesto pacífico e que a sociedade em geral participe. A concentração será às 7h na Compal, na Zona Norte, e vai sair pelas vias de trânsito que Paulo Henrique foi perseguido até ser morto. No local desse trágico desfecho serão realizadas orações e compartilhadas mensagens direcionadas à memória da vítima. O lema do protesto é: #JUSTIÇAPORPAULOHENRIQUE.
No dia do crime, a vítima se encaminhava na sua motocicleta para o Centro de Natal, via ponte de Igapó, com uma mulher na garupa. Nesse trajeto, um carro teria feito um movimento brusco, quase batendo na moto, resultando numa discussão entre Paulo Henrique e um casal não identificado que estava no veículo. Depois da discussão, o carro começou a perseguir a motocicleta em alta velocidade.
Durante a perseguição, Paulo Henrique entrou pelas ruas do Bairro Nordeste para tentar desviar do veículo que o seguia naquela fatídica tarde de sexta-feira. Em pouco tempo, o carro conseguiu alcançar as vítimas, derrubando-as da moto. Na sequência o casal criminoso desceu do veículo e o homem deu um tiro letal à queima-roupa na cabeça de Paulo Henrique, sem chances de defesa.
A moça que estava na garupa da moto conseguiu correr daquela cena e recebeu guarida numa oficina. Depois de ouvir os tiros, e checarem que o casal de criminosos não estava mais na região, saíram e viram a cena que os chocou.
Vida interrompida
Paulo Henrique prestou serviços militares à Força Aérea Brasileira, trabalhou como monitor de várias academias de Natal e de segurança de empresas privadas de diversos ramos comerciais. Ele tinha família, residência própria e uma vida repleta de sonhos e projetos.
Teresinha Pinheiro Araújo, de 58 anos, mãe enlutada, pede que o seu amado filho não vire um número, uma estatística. Ela solicita visibilidade a esse caso, que ainda segue impune, que sensibilizem as autoridades políticas e policiais para se unirem a essa causa. “Acredito e confio na polícia e na justiça! Vários filhos e filhas foram assassinados naquela sexta-feira sangrenta, filhos e filhas do Rio Grande do Norte”, afirmou ela.
“Teve uma vida intensa, gostava de viajar, organizava passeios de motociclistas com os amigos de um grupo formado por ele chamado de “Passeio entre Amigos”. Amava animais, participava de projetos sociais levando alimentos, materiais de higiene e palavras de conforto para os moradores de rua nas madrugadas das quartas-feiras na cidade de Natal… Um ser humano do bem, admirável”, comentou o amigo Marcelo Taveira.
Paulo Henrique deixa três filhos e a esposa, além da saudade em familiares e amigos. “Nada vai trazer meu filho de volta, essa dor nunca irá passar, essa lacuna jamais será preenchida pela falta do olhar e do sorriso amoroso que ele tinha para com todos nós. Mas, eu como cidadã, pagadora de impostos, mãe e avó, tenho direito legítimo de exigir celeridade na resolução desse crime, pedir que as autoridades se pronunciem, que os políticos e a sociedade em geral apoiem as famílias despedaçadas nesse momento tão difícil. Ajudem-me, pelo amor de Deus!”, clama Teresinha Pinheiro Araújo.