“Não precisamos do voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos ter uma maneira para confiar”, diz Bolsonaro

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (27/4) que é preciso ter uma maneira para que se possa confiar no processo eleitoral brasileiro de urnas eletrônicas.

Neste ano, as Forças Armadas enviaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um documento com dez medidas para ampliar a confiabilidade do processo eleitoral. O texto foi analisado pela Comissão de Transparência das Eleições instalada pela Justiça Eleitoral.

Durante evento chamado de “Ato Cívico pela Liberdade de Expressão” (leia sobre mais abaixo), o mandatário da República disse que uma saída para garantir a lisura das eleições está nessas sugestões.

“Não precisamos do voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos de ter uma maneira – e ali, nessas sugestões existe essa maneira – para a gente confiar nas eleições”, afirmou.

Em fevereiro deste ano, Bolsonaro já disse que as Forças Armadas são as “fiadoras” do processo eleitoral.

Ato pela liberdade de expressão

O evento, que durou cerca de 2 horas, foi solicitado pela Frente Parlamentar Evangélica e pela Frente Parlamentar da Segurança Pública. O encontro ocorre uma semana depois de Bolsonaro conceder perdão da pena do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), por meio de um decreto de indulto individual.

O parlamentar foi acusado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal e instituições, como o próprio STF. O deputado foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado. Também ficou estabelecida a perda do mandato e dos direitos políticos de Silveira e uma multa de R$ 200 mil.

Durante a cerimônia, 22 deputados e o senador Zequinha Marinho (PL-PA) defenderam Daniel Silveira e o decreto de Bolsonaro. Alguns parlamentares sugeriram colocar em pauta no Congresso a “reforma do Judiciário”.

Segundo o presidente, parlamentares têm direito a falar e se manifestar como quiserem.

“O decreto é constitucional e será cumprido. No passado, se anistiavam bandidos. Agora, anistiamos inocentes. Mesmo levando em contas as palavras que ele [Daniel Silveira] proferiu”, declarou.

Metrópoles