Neste ano, as Forças Armadas enviaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um documento com dez medidas para ampliar a confiabilidade do processo eleitoral. O texto foi analisado pela Comissão de Transparência das Eleições instalada pela Justiça Eleitoral.
Durante evento chamado de “Ato Cívico pela Liberdade de Expressão” (leia sobre mais abaixo), o mandatário da República disse que uma saída para garantir a lisura das eleições está nessas sugestões.
“Não precisamos do voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos de ter uma maneira – e ali, nessas sugestões existe essa maneira – para a gente confiar nas eleições”, afirmou.
Em fevereiro deste ano, Bolsonaro já disse que as Forças Armadas são as “fiadoras” do processo eleitoral.
Ato pela liberdade de expressão
O evento, que durou cerca de 2 horas, foi solicitado pela Frente Parlamentar Evangélica e pela Frente Parlamentar da Segurança Pública. O encontro ocorre uma semana depois de Bolsonaro conceder perdão da pena do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), por meio de um decreto de indulto individual.
O parlamentar foi acusado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal e instituições, como o próprio STF. O deputado foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado. Também ficou estabelecida a perda do mandato e dos direitos políticos de Silveira e uma multa de R$ 200 mil.
Durante a cerimônia, 22 deputados e o senador Zequinha Marinho (PL-PA) defenderam Daniel Silveira e o decreto de Bolsonaro. Alguns parlamentares sugeriram colocar em pauta no Congresso a “reforma do Judiciário”.
Segundo o presidente, parlamentares têm direito a falar e se manifestar como quiserem.
“O decreto é constitucional e será cumprido. No passado, se anistiavam bandidos. Agora, anistiamos inocentes. Mesmo levando em contas as palavras que ele [Daniel Silveira] proferiu”, declarou.
Metrópoles