Em um dia inspirado do goleiro Preto, que conseguiu parar o ataque americano, o Crato conseguiu somar seu primeiro ponto na Série D do Brasileiro, atuando no estádio Mirandão-CE. O empate sem gols acabou sendo um castigo para o América que esteve mais perto da vitória e que buscou atuar em busca do gol desde o primeiro minuto. Entre as dificuldades enfrentadas pelos natalenses, além da retranca dos cearenses, havia o forte calor devido ao confronto ter iniciado às 15 horas e o péssimo estado do gramado, que dificultou as ações ofensivas da equipe potiguar.
Ainda sem poder contar com dois importantes homens do setor ofensivo: William Marcìlio e Wallace Pernambucano, o treinador Leandro Sena mandou a equipe a campo apenas com uma alteração em relação ao time que fez a estreia na Série D do Brasileiro, que foi a manutenção de Zé Eduardo, autor do gol da vitória sobre o Sousa, no comando de ataque.
A equipe potiguar, mesmo atuando como visitante, mostrou que estava disposta a buscar os três pontos e assustou logo cedo com Araújo, cobrando falta na entrada da área, que obrigou o goleiro Celismar (Preto) a realizar uma boa defesa. Atrás de abrir logo uma vantagem no placar, os jogadores americanos pressionavam a saída de bola do Crato, que se assustou com a postura alvirrubra e apresentava dificuldade para fazer a transição entre a defesa e o ataque.
Entre as maiores dificuldades encontradas pelo clube natalense, primeiro estava as condições do gramado, uma vez que o estádio Mirandão apresenta um gramado irregular, o que dificultava a troca de passe rápido dos potiguares e a própria condução da bola. Depois vinha a retranca do Azulão, que se defendia com os dez atletas atrás da linha da bola. Como era difícil encontrar espaços, aos 36 minutos, Araujo cobrou falta do mesmo local da anterior, repetiu a jogada e Preto mandou para escanteio.
O goleiro americano só foi notado em campo, quando Gabriel arrancou e fez boa jogada pela direita e depois de entrar na área arriscou um chute cruzado, mas Bruno, bem colocado, desviou a bola para escanteio. Isso aos 39 minutos de partida. Até então ele havia sido um mero expectador em campo. Depois disso nada mais ocorreu na etapa inicial.
O jogo não modificou muito de panorama na segunda etapa, as jogadas de bola parada continuavam sendo as melhores alternativas para o time americano, mas o estreante Preto aparecia bem para afastar o perigo.
Como o América perdeu um pouco de força ofensiva, Sena decidiu mandar a campo Mayco Félix e Tércio nos lugares de Zé Eduardo e Elvinho. Em uma nova jogada de bola parada, Tércio colocou na área, o goleiro não conseguiu segurar e Mayco, no rebote, quase marcou. Ele bateu cruzado mas a zaga interceptou e afastou o perigo.
Cliente de que dificilmente conseguiria a vitória atuando lá atrás, o Crato se posicionou mais à frente, mas teve o zagueiro Luiz Fernando expulso aos 26 minutos, após cometer uma falta em Mayco Félix e receber o segundo cartão amarelo. Fato que atrapalhou os planos dos cearenses na partida.
Na pressão em busca do primeiro gol, o América carimbou a trave adversária em um chute de Araújo, o destaque ofensivo do jogo.
Com o Crato sumido em termos ofensivo, o goleiro Bruno do América conseguiu ser expulso de forma direta por reclamação, acabando a vantagem em número de jogadores, apenas dez minutos após os donos da casa perderem um homem. Isso obrigou Leandro Sena a colocar Samuel Pires e tirar o meio- campista Felipinho.
Reanimado com a nova situação, o time do interior cearense passou a ocupar. Mais o campo de ataque, equilibrando mais as ações em campo. Maycon Lucas, que entrou na reta final no Alvirrubro, arriscou de longe mas o goleirão Preto fez outra boa defesa, se destacando como o melhor jogador dos donos da casa.
O árbitro que não economizou em cartões, aplicando dez amarelos e dois vermelhos, também não economizou no tempo extra,dando nove minutos de acréscimo. Com as duas equipes cansadas, a sorte foi lançada e quem tivesse mais fôlego poderia definir a partida. Aos 49, após o goleiro fazer um milagre em um chute à queima roupa de Mayco Félix, o Luiz Henrique sofreu falta violenta de Gladson, que provocou uma nova expulsão no Crato.
Na cobrança de falta, Araújo bateu com violência, mas Preto novamente ganhou esse duelo particular e defendeu. O goleiro voltou a aparecer bem em um novo chute de Mayco Félix, naquele que acabou sendo o último lance do empate sem gols em Crato.