O Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido divulgou nesta semana uma lista de 9 novos sintomas associados à Covid-19 em adultos.
Anteriormente, o serviço público britânico listava somente os três principais sintomas clássicos da doença: tosse “nova” e contínua (tossir muito por mais de uma hora ou o equivalente a 3 ou mais episódios de tosse em 24 horas), temperatura alta ou calafrios e perda ou mudança no olfato ou paladar.
Agora, a lista inclui os seguintes sintomas:
Falta de ar
Fadiga ou exaustão
Dores no corpo
Dor de cabeça
Dor de garganta
Nariz entupido ou escorrendo
Perda de apetite
Diarreia
Náuseas ou vômitos
Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês e consultora técnica do Ministério da Saúde explica que, desde o início da pandemia, febre, tosse e perda de olfato eram os sintomas que caracterizavam a Covid-19, mas que esse cenário já não é mais o mesmo.
Com a chegada da ômicron, hoje predominante no mundo, esses sintomas deixaram de aparecer tão frequentemente. Essa variante do SARS-CoV-2 marcou, na verdade, a presença cada vez maior dos sintomas “menos comuns”.
“Então a gente passou a ter muita dor de garganta, muita dor de cabeça, muita dor no corpo”, diz Kobayashi.
De acordo com o ZOE COVID Symptom Study, da Universidade King’s College de Londres, que registra, via smartphone, como centenas de milhares de pessoas infectadas estão se sentindo no Reino Unido, esses são justamente os sintomas mais associados à essa variante do coronavírus, juntamente com a coriza e o espirro.
Isso acontece porque o vírus da ômicron tem uma afinidade, o que os cientistas chamam de “tropismo viral”, de replicação nas vias aéreas respiratórias superiores (cavidade nasal, faringe). Contudo, segundo especialistas ouvidos pelo g1, o porquê de a ômicron ter essa característica é algo que ainda precisa ser investigado.
Já os sintomas gastrointestinais de uma forma geral, como a diarreia, náusea e vômito marcam apenas alguns casos de Covid, ressalta Kobayashi.
“A maioria desses sintomas incluídos [pelo NHS], como a fadiga, dor no corpo, dor de cabeça, coriza e os gastrointestinais são justamente os mais característicos da ômicron”, diz a infectologista.