Restauração de estátua de Iemanjá, na Praia do Meio, começa segunda (28)

O escultor Emanoel Câmara, autor da estátua de Iemanjá, localizada na Praia do Meio, deve iniciar o processo de restauração na próxima segunda-feira. A obra foi danificada no final do mês de fevereiro, tendo o rosto, as mãos, pescoço e colo pintados de preto. O projeto já foi aprovado pela Secretaria Municipal de Cultura de Natal e custará R$ 3 mil. Além disso, espera-se um parecer jurídico sobre o processo e posterior liberação financeira para início das atividades.

De acordo com Emanoel, os trabalhos podem ser iniciados segunda, caso não chova em Natal. O artista irá remover toda a tinta preta através de um processo de raspagem, para depois lixar a região e restaurar o rosto da imagem. Também será necessário refazer partes danificadas, como a mão direita da estátua, a estrela na cabeça e parte do seio.
“Tenho que remover toda aquela pintura, lixar e deixar na pedra virgem. Depois, eu entro com o selador e as cores que foram escolhidas. Já aluguei os andaimes e  a restauração deve durar mais ou menos uma semana. Tem que ser um trabalho bem delicado para não tirar os detalhes, principalmente do rosto. O alto-relevo pode ser danificado pela lixa então não pode ser algo feito de forma corrida”, explica.
Emanoel entregou um relatório no início do mês de março (03) ao Secretário Municipal de Cultura de Natal, Dácio Galvão, onde detalha o que será feito durante a restauração. No entanto, a Secretaria Municipal de Cultura informou, na última segunda, que o artista demorou a apresentar os documentos necessários e, apesar de aprovado, o processo precisa de um parecer.
“Não posso determinar prazos, o que eu posso dizer é que quando o trâmite for concluído, o artista pode iniciar a obra imediatamente. Emanoel me disse, de maneira informal. que não demora mais de quinze dias. O processo está no departamento de patrimônio e precisa do parecer jurídico, amanhã vai para o financeiro e, certamente, depois de amanhã o artista poderá iniciar legalmente. Fui informado que só hoje (21) a documentação foi apresentada”, comenta o titular da pasta.
A imagem foi inaugurada em fevereiro de 2020 e essa não é a primeira vez que sofreu algum tipo de depredação. Nessa ocasião,  o autor pintou apenas as partes que representam a pele na imagem, mas a ação foi considerada como vandalismo pelos representantes das religiões de matriz africana em Natal. Os responsáveis não foram identificados até o momento, processo dificultado pelo fato de que a câmera de segurança próxima ao local não estava funcionando durante a ocorrência.
Sobre a escolha pela cor de pele da imagem de Iemanjá, tanto o escultor quanto o secretário de Cultura apontam que o processo foi acompanhado pelo Ministério Público e representantes das religiões de matriz africana. “Participei de reuniões  com a promotora que ficou responsável pelo caso. Falaram de cor e foi confirmado branco, uma cor de pele bronzeada. Os representantes religiosos que fizeram frente nesse projeto também falaram branco. Eu simpatizo muito com o preto mas foi decidido que vai ser branco na restauração”, diz o escultor Emanoel Câmara.
Câmera de segurança 
A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semdes) esclareceu que a Guarda Municipal de Natal (GMN) continua realizando rondas e patrulhamento no local desde que houve o incidente. Populares que vejam pessoas suspeitas podem ligar para o 190 e acionar as forças de segurança. Através de sua assessoria, a pasta confirmou que permanece fazendo abordagens para tentar coibir esse tipo de vandalismo.
Quanto às câmeras de segurança, informaram que o assunto é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, que, por meio de licitação, vai instalar e fazer a manutenção do equipamento. O eventual monitoramento será  realizado pela Guarda mas pela informação repassada ainda não há câmeras em funcionamento no local. Contatada, a STTU não respondeu até o fechamento da matéria.