Três professores potiguares são finalistas do Prêmio Educador Nota 10. Criado em 1998 pela Fundação Victor Civita, a distinção reconhece e valoriza educadores e gestores escolares da Educação Infantil ao Ensino Médio de escolas públicas e privadas de todo o país. Representam o Rio Grande do Norte na premiação, os professores Emanuel Alves, Fellipe Albano e Rivaldo Bevenuto. Para a formação dos 50 finalistas do prêmio foram avaliados trabalhos de 14 estados.
Com o prêmio referente aos trabalhos desenvolvidos no ano de 2021, a iniciativa chega à sua 24ª edição. Todos os finalistas foram divulgados na última terça-feira (8).
O professor Emanuel concorre ao prêmio por um trabalho desenvolvido na disciplina de Arte, para alunos do Ensino Médio do Instituto Federal do Rio Grande do Norte – Campus Pau dos Ferros. O educador Fellipe Albano atua em Natal e concorre pelo trabalho de Ciências em movimento para estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. Com atuação em Riachuelo, Rivaldo Bevenuto foi selecionado pelo trabalho de Arte contemporânea e ensino remoto na infância para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
O prêmio
Ao longo das últimas 23 edições foram recebidos mais de 75 mil projetos, e premiados 251 educadores, entre professores e gestores escolares, que receberam aproximadamente R$ 2,59 milhões.
O Prêmio conta com a parceria de mídia da Abril, Globo e Fundação Roberto Marinho, tem o patrocínio da SOMOS Educação e BDO, e o apoio da Nova Escola, Instituto Rodrigo Mendes e Unicef. Desde 2018, o Prêmio Educador Nota 10 é associado ao Global Teacher Prize, realizado pela Varkey Foundation, prêmio global de Educação.
Os potiguares que concorrem na 24ª edição
Emanuel Alves Leite
Arte – 2º ano / Ensino Médio
Trabalho: Pandemia de Arte
Escola: Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Pau dos Fundos, RN
Como apresentar uma atuação cênica em meio ao isolamento? Como trabalhar e interagir com conteúdos que demandam presença física? O caminho do professor e ator Emanuel foi inventar, junto com seus alunos, uma nova modalidade de arte: as “Cênicas Virtuais”, um processo criativo dialogado entre artes cênicas e audiovisuais. Os encontros remotos e a criação colaborativa fizeram os participantes compreenderem na teoria e na prática o que constitui uma cena (cenografia, figurino, música, maquiagem, atuação) e também aperfeiçoar formas virtuais de se comunicar com o público. A realidade dos estudantes, seus sentimentos, dores e posturas frente à pandemia podem ser vistas em suas produções cênicas, gravadas em audiovisual. A fragilidade emocional de todos deu margem para entrelaçar arte e saúde mental, pois o fazer e a expressão artística têm potencial de cura. Para alargar o repertório sobre o tema, os alunos assistiram ao filme O Coração da Loucura, sobre a psiquiatra Nise da Silveira, e ao documentário Hotel da loucura, que mostra o projeto do ator e médico Vitor Pordeus.
Fellipe Albano Melo do Nascimento
Ciências da Natureza – 8º a 9ºano / Anos Finais do EF
Trabalho: Ciências em Movimento
Escola: Escola MOV Educação Integral
Natal, RN
A curiosidade dos estudantes durante as aulas sobre fisiologia humana e citologia motivou o professor Fellipe a criar um Clube da Ciência, projeto no contraturno escolar aberto aos interessados do 8º e do 9º ano. O objetivo foi incentivar os alunos a responderem suas questões problema e possibilitar uma experiência de iniciação científica. Assim, ele apresentou à turma as características de um projeto científico e os conceitos de hipótese e metodologia. Divididos em trios, os adolescentes se dedicaram a duas investigações, que resultaram em artigos escritos de forma colaborativa: “As diferenças morfológicas de células animais e vegetais” e “A relação entre circunferência abdominal e a pressão arterial, frequência cardíaca”. Para a coleta de dados deste último tema, contaram com o auxílio do professor de Educação Física. Já a professora de Matemática ajudou os integrantes do clube na tabulação e análise de dados. Com base nos artigos, eles produziram um pôster científico para a feira de Ciências da escola e se revezaram na apresentação oral para os visitantes.
Rivaldo Bevenuto de Oliveira Neto
Arte – 5º ano / Anos Iniciais do EF
Trabalho: Arte contemporânea e ensino remoto na infância
Escola: Núcleo de Educação da Infância – Colégio de Aplicação/UFRN
Riachuelo, RN
Rivaldo convidou as crianças a experimentarem a arte contemporânea de uma maneira lúdica durante o isolamento social. A ideia era olhar de um jeito diferente para os espaços e objetos do seu cotidiano para organizar composições artísticas e criar instalações. Durante suas aulas no Meets, além das composições, o professor apresentou a modalidade instalação, mostrando obras de Hélio Oiticica, Judy Chicago e Cildo Meireles para a turma. A partir daí, os alunos começaram não só a selecionar objetos por sua forma estética, mas também a modificar ambientes da casa e sua relação com eles. Alguns chamaram a família para participar da arte-instalação, usando o corpo e transformando espaços. Um exemplo foi uma menina que espalhou itens pelo corredor e convidou o irmãozinho a explorá-los de olhos vendados: numa invenção artística e sensorial. As criações dos alunos foram compartilhadas em uma exposição virtual online, onde eles explicaram seus processos criativos. O trabalho mexeu com as relações de pais e filhos no espaço limitado que é a casa, colocando todos em contato com a arte.