O Instituto Atena de Pesquisa Clínica, que desde abril de 2021 está coordenando uma pesquisa de testes de uma vacina contra a covid em Natal, iniciou o estudo de ensaio clínico fase 2/3 de vacina candidata contra Covid-19, do laboratório Sichuan Clover Biopharmaceuticals. Durante o processo, participaram cerca de 8 mil voluntários no Brasil, distribuídos entre Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Na capital potiguar, Natal e Grande Natal, foram mais de três mil voluntários, com faixa etária entre 18 e 55 anos. Durante quase um ano de acompanhamento, os participantes passaram por consultas presenciais e online, porém, sem saberem se as aplicações recebidas se tratavam do imunizante em teste, ou se estavam recebendo placebo, ou seja, uma injeção sem efeito algum. É o que se chama estudo duplo-cego.
Agora, os voluntários estão sendo chamados para a ‘quebra do cego’. Os que foram vacinados no começo do estudo poderão, caso queiram, receber uma dose de reforço do imunizante. Já o voluntário que recebeu placebo, poderá escolher se receberá imunização da própria Clover ou se preferirá receber outro tipo de vacina, disponível na rede pública.
O ensaio clínico, cuja coordenação nacional é da médica potiguar e diretora do Instituto Atena, Dra. Sanali Paiva, é chamado Estudo de fase 2/3 (CLO-SCB-2019-003), duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, e tem o objetivo de avaliar a eficácia, a imunogenicidade e a segurança da vacina recombinante da subunidade da proteína S trimérica do Sars-CoV-2 (SCB-2019), com o adjuvante CpG 1018/Alum para prevenção da Covid-19.
Em setembro de 2021, o fabricante da vacina declarou que o imunizante mostrou eficácia de 100% para casos graves da doença (com internação), evitando mortes, inclusive abrangendo as variantes Gama e Delta, que estavam em alta circulação no Brasil naquele período. Já para os casos leves a moderados contra qualquer variante – quando não necessita de hospitalização – a eficácia foi de 83%. A pesquisa revelou eficácia em todos os casos que foram sequenciados, inclusive em indivíduos que já tinham sido previamente infectados com a Covid 19. O estudo anunciando essas descobertas foi publicado no The Lancet.