José ainda tinha 12 anos quando iniciou uma caminhada sem volta. O adolescente cresceu ouvindo dos pais orientações para não se envolver com pessoas ligadas ao crime, mas acabou se tornando protagonista de uma história que se repete todos os dias, uma história com começo, meio e fim previamente definidos. Na tarde desta segunda-feira (31), José Milton saiu de casa ouvindo da mãe o apelo diário de tomar cuidado com os perigos já tão presentes na vida do desempregado. Horas depois a dona de casa recebeu um telefonema e quem ligava tinha algo a dizer, o filho se encontrava morto em um terreno baldio entre Parnamirim e Macaíba.
Com as mãos e pés amarrados, o corpo de José ainda possuía marcas de extrema violência, os autores do crime por pouco não deceparam a cabeça da vítima usando possivelmente um facão. A perícia do ITEP inda constatou que existiam sinais claros de tiros no rosto de José e em outras partes do corpo, o que caracteriza um assassinato com requintes de crueldade. A reportagem do PortalBO apurou alguns detalhes sobre a vida pregressa da vítima, José Milton tinha chegado do Estado de São Paulo há alguns dias, saiu do Rio Grande do Norte seis meses antes após ser expulso da facção a qual pertencia.
De acordo com familiares, José estava marcado de morte, mas resolveu voltar para ficar perto da mãe e do pai, escolha precoce que lhe custou a vida. José foi desligado do Sindicato do RN por ter cometido furtos na mesma região dominada pela facção, ele foi julgado pelo tribunal do crime e condenado a desaparecer do endereço onde vivia, sob pena de ser assassinado, promessa cumprida diante da desobediência. A facção não é mãe, a facção não tem clemência.